Lua de Sangue - Novel - Capítulo 17 - Clímax
— Você. Por que está agindo assim agora…?
‘Olha ele fazendo tanto barulho.’
Leshak agarrou o queixo de Radan e puxou-o para mais perto. No entanto, os lábios que cobriam apressadamente seus lábios se separaram tão rapidamente quanto quando se aproximaram.
— Não, não posso beijar você agora. Não agora.
A mão de Leshak soltou seu queixo, mas desta vez apenas brevemente, ergueu o queixo novamente e apertou os lábios.
Radan estava acostumado a aceitá-lo. Não, não foi porque ele estava acostumado, foi porque Radan também estava desesperado.
— …não mais.
Leshak forçou a separar os lábios.
Ele soltou um suspiro áspero enquanto limpava os lábios vermelhos e inchados de Radan com o polegar.
— Eu tenho que sair. Não tenho tempo e não quero abraçar você com pressa.
Radan levantou a cabeça.
— Está tudo bem…
Os lábios de Leshak tocaram a ponta do nariz. Ele deixou um breve beijo com um som alto e rapidamente se afastou, ficou surpreso com sua própria paciência.
— Estou bem.
Ainda assim, havia algumas coisas que não deveriam ser comprometidas. Leshak não mantinha Radan em sua tenda para fazer sexo, o que ele queria era mais forte e profundo.
Foi o primeiro dia em que ele conquistou o coração de Radan, não queria engoli-lo sem saboreá-lo rapidamente.
— Por que…
— Eu farei isso direito. Então espere até eu voltar.
Radan engoliu sua saliva. Leshak deixou um breve beijo em sua bochecha e reuniu seu último resquício de paciência.
— Provavelmente não voltarei esta noite. Como você ouviu, precisamos descobrir quem está por trás do espião que se infiltrou neste lugar.
— …sim, Meu Senhor.
A mão de Leshak traçou o rubor em suas bochechas brancas com pesar.
— Eu gostaria que pudesse manter essa expressão até eu voltar.
— Que tipo de expressão…
Era uma expressão que dizia “paciência não é necessária de forma alguma”.
Mas se ele mantivesse aquela expressão no rosto o tempo todo, Leshak realmente perderia toda a paciência que restava. Leshak removeu à força a mão de Radan e se levantou.
— Vou deixar Karum ao seu lado. Se precisar de alguma coisa, pergunte a ele. Mas não coma, mesmo que ele traga guloseimas, ok?
— S… sim, Meu Senhor.
Ele parecia triste, mas Radan acenou com a cabeça como sempre.
— …merda!
Leshak o puxou para mais perto e engoliu rapidamente os lábios.
— Você pode comer, mas tenha em mente que não é Karum quem está dando para você, ele está dando com minha permissão, por minha causa. Se você se sente muito bem comendo doces, é por minha causa, não por Karum.
— Eu, entendo.
— Então eu irei.
Ele deveria estar pronto para ir agora. Leshak rapidamente esmagou o arrependimento de ter colocado os pés no lugar.
— Espere aqui, Radan.
— …v-vá e volte em segurança, Alteza.
— Tudo bem então.
Leshak deixou a tenda. Ele caminhou rápido. Ele agora sentia que poderia fazer qualquer coisa para voltar mais rápido para os braços de Radan.
Mas o que Leshak não percebeu é que no final de ‘Espere aqui’, Radan não disse ‘Sim, meu Senhor’ como de costume.
Essa pessoa… talvez ele fosse alguém como ‘O Guia’.
Radan pensou enquanto traçava o ferimento em seu pescoço: ‘Ele veio por minha causa ’.
Ele não sabia porque o homem queria matá-lo. Mas, se pensasse bem, ele só deixou um ferimento no pescoço, então talvez não tivesse a intenção de matá-lo em primeiro lugar.
Radan não sabia sobre os textos cifrados usados pelo Povo de Mjab, e ‘O Guia’ não ensinou Radan, que raramente vê com os olhos, como ler os textos cifrados, mas ele parecia entendê-los de qualquer maneira.
Vendo que todas as palavras que ‘O Guia’ ensinou estavam escritas no texto cifrado, não se podia dizer que não havia conexão.
‘Não posso mais ficar aqui.’
Ele finalmente conseguiu se decidir. Agora que Leshak e metade dos Cavaleiros Guardiões deixaram o acampamento militar, havia uma oportunidade que nunca mais surgiria.
Ele nunca mais veria Leshak… mas isso era para seu benefício, foi por isso que ele disse que gostava dele.
O relacionamento com Leshak não foi em vão. Não, não fazia sentido em primeiro lugar, mesmo antes de perseguir ele, Radan teria gostado dele.
Então ele tem que sair.
Radan ouviu por um tempo para ver se havia passos vindo em sua direção. Depois de se convencer de que ninguém viria, Radan removeu a venda. Olhos azul-gelo apareceram através de seu cabelo preto como breu.
Era uma aparência misteriosa e difícil de expressar. Radan parecia um espírito da neve que nunca havia posto os pés em terras humanas.
Radan pegou a venda e colocou nos braços, procurando algo para cobrir seu rosto. Parecia que o cobertor, do tamanho para cobrir os pés, estava perfeito. Radan segurou o cobertor sobre a cabeça e olhou para fora da tenda. Havia quatro guardas guardando a frente e os fundos da tenda.
Eles olharam para Radan e perguntaram.
— Sir Mjab. O que precisa?
Radan segurou o cobertor com força para que não houvesse contato visual, e então seu olhar pousou em seus pés.
— Bom. Eu vou dar um passeio…
— Se for esse o caso, espere um momento. Somos de baixa patente e não podemos servir Sir Mjab, então acho que teremos que falar com Sir Karum.
— O-onde ele está… por favor? Eu vou falar com ele.
— Sir Karum está vindo aqui agora… bem na hora.
Karum estava chegando com biscoitos e tortas, exatamente como Leshak havia previsto. Ele se assustou ao ver Radan saindo da tenda e correu até ele com uma bandeja.
— Sir Mjab! Por que está aqui fora? Não, e por que está usando um cobertor?
Radan cheirou o doce aroma de açúcar e creme que perfurou seu nariz. Ele cerrou a mandíbula para não se lembrar do cheiro.
— Vamos… eu quero dar… uma caminhada.
— Ah, agora…
Karum balançou o queixo como se estivesse envergonhado. Agora, em preparação para a ausência de Leshak, estavam estabelecendo limites dentro e fora do acampamento militar. Foi um momento ambíguo para deixar este lugar ou levar Radan do acampamento militar para o riacho.
— N-não posso?
No entanto, não houve nenhuma palavra dizendo que ele não deveria cuidar de Radan se quisesse sair.
— Então vamos caminhar um pouco. Tudo bem?
— Ok.
Karum entregou a bandeja de doces ao sentinela.
— Coloque isso lá dentro. Estaremos de volta em mais ou menos uma hora.
— Tudo bem, Sir Karum.
— Então vamos.
Karum agarrou o braço de Radan e o conduziu na direção certa.
— Ah…
Radan encolheu os ombros e se afastou de Karum.
— Não há necessidade de me segurar… você pode me soltar, ok?
— Mesmo que você não consiga ver? Então, se você cair, vou repreendido pela Sua Alteza.
— Ainda assim, não há problema…
— Ah.
Karum se lembrou um pouco do que Leshak disse uma vez sobre o alfaiate que mediu Radan.
— Com licença. Então segure minha manga. Você também não gosta disso?
— Vou andar corretamente… não vou cair. Prometo
— Eu não vou…
Karum estava inquieto, mas finalmente assentiu como se não pudesse forçar Radan.
— …faça o que quiser então. Vou apenas segui-lo… Ah, Meu Deus, você não sabe o caminho. Vou mostrar o caminho, então, por favor, me siga.
— Ok.
Radan estendeu a mão e agarrou o braço de Karum. Ele não conseguia levantar a cabeça, mas queria transmitir sua sinceridade, pois era um homem muito bom.
— Obrigado.
— Ah…
Naquele momento, as sentinelas encarregadas de proteger a tenda de Leshak esfregaram os olhos. Surgiu a ilusão de que eles tinham visto um rubor juvenil nas bochechas barbadas de Karum.
— Então, você está bem segurando meu braço… deve ser difícil.
— …ah é?
— Eu assumirei a liderança.
Karum se virou.
Ele deu passos altos e caminhou muito devagar, não se esqueceu de virar a cabeça para verificar cada passo que Radan dava.
— Ande com cuidado
— Ok…
Radan, coberto por um cobertor, seguiu Karum, não foi por engano que ele gradualmente se distanciou de Karum.
***
— Está aí?
Perguntou o recém-intitulado Conde Custer, apontando para o monte. Depois de passar por lá, seria o acampamento militar de Leshak.
— Não há realmente nada. Droga, o que diabos ele está fazendo em um lugar como esse!? Achei que tivesse capturado até mesmo um castelo plausível.
O Conde Custer era jovem. Ele era um jovem que acabou de completar 20 anos.
Ele estava muito longe de desempenhar seu papel de General no campo de batalha ou de Cavaleiro. Porém, receber o título significava que ele também tinha um dever.
Para manter o título e os territórios, era necessária a aprovação da Família Real do Caliph. Desde que recebeu o título, ele teve que jogar junto para ganhar o favor deles.
— Droga… por que diabos o imperador é tão exigente? Prefiro que partamos mais cedo ou mais tarde.
— Bem, Conde.
O vassalo que o acompanhava percebeu que ele havia falado demais. Mas o ignorante Conde não sabia o que estava fazendo de errado.
— O quê? Você não tem ouvidos para me ouvir.
— Mesmo assim, o acampamento de Leshak não está bem na sua frente? Agora, lentamente, tenha cuidado com o que você diz…
— Ah, isso é irritante o suficiente. Pareço um idiota que diria tal coisa na frente do Leshak Caliph?
O Conde Custer estava abertamente nervoso com suas palavras. Ao bater no cavalo com um chicote, ele tremeu e acelerou.
— Não vá muito longe sozinho!
Os vassalos seguiram o Conde e aceleraram enquanto gritava com ele.
— Que guerra? Por que eu tenho que sofrer nessas terras devastadas!
Ele não tinha intenção de participar da guerra comandando os quinhentos alistados deixados por seu falecido pai. Se jurasse lealdade ao Príncipe Leshak, teria permissão para herdar o título em troca, mas planejava retornar à sua propriedade o mais rápido possível.
Ele já havia pensado em todas as desculpas. Ele causaria uma lesão falsa, fingiria estar doente por alguns dias e depois reclamaria que não poderia acabar com a linhagem do Conde de Custer dessa maneira.
Se Leshak Caliph fosse uma pessoa consciente, ele não ignoraria seu pedido.
Até seu pai, que era saudável, morreu poucos dias depois de se juntar ao exército Leshak. A morte de seu pai foi responsabilidade do Leshak.
— …huh . Chamar tal pessoa de Guardião ou algo assim…
O Conde Custer rangeu os dentes.
Era algo que ele nunca diria na frente dos outros, mas ele odiava o Príncipe Herdeiro Leshak. Ele não gostava dele porque era bom de um a dez. Ele odiava que as pessoas sempre o elogiaram e fizessem dele um modelo para todos os cavaleiros.
O que ele mais odiava era a dualidade de ser o único que finge ser nobre.
Quando pediu o caixão imperial para seu pai, ele disse que não pela forma como foi morto. Quando ouviu essas palavras, pensou que seu sangue estava jorrando para trás.
Ele disse que seu pai violou as regras militares e entrou em um bordel. O conde Custer não conseguia entender porque entrar num bordel seria contra as regras.
— …é muito engraçado, o que dizem os boatos é que esse cara também trouxe uma prostituta para o quartel e rolou com ele todos os dias? Merda!
A expressão do Conde Custer mudou depois de murmurar maldições sobre Leshak por um tempo.
Ele tinha um sorriso malicioso e uma expressão vulgar inadequada para um jovem de 20 anos.
— Bem, parece que deve haver um bordel realmente bom por perto se isso pode fazer até mesmo Leshak Caliph, uma pessoa de coração de pedra, se tornar assim.
Se for esse o caso, então ele estava pensando em ficar mais um pouco. Mas antes disso, eles terão que se livrar da regra absurda que proíbe a entrada em bordéis.
— Corre, um pouco mais devagar…
Os vassalos* seguiram atrás. O conde Custer correu pela estrada, olhando pateticamente para os homens que não conseguiam falar direito.
(NT: Vassalo é o título dado ao subordinado de um soberano)
O cavalo que ele montava tinha acabado de começar a subir a colina.
***
Ele se livrou de Karum.
Radan forçou seu coração, que batia forte de preocupação e arrependimento, a continuar.
Foi uma sorte que um passarinho voou bem a tempo. Radan disse que foi a primeira vez que ouviu esse tipo de som e Karum respondeu que era um pássaro.
Depois Radan ficou parado por um tempo e ouviu o canto dos pássaros, Karum se ofereceu para pegar o pássaro vivo e depois o perseguiu.
Radan enterrou seus passos sob os passos do outro ou ficou parado. Ele se afastou de Karum com os passos silenciosos que aprendeu com o Guia.
Quando ele pensou que Leshak poderia ficar furioso com Karum, sentiu que se arrependeria para sempre.
Depois de alguma distância, Radan puxou um pouco o cobertor. Parecia não haver ninguém por aqui. No entanto, como é uma área onde Leshak poderia chegar a qualquer momento, era imperativo estar vigilante. Ele teve que se mover o mais rápido que pudesse.
Radan estava pensando em ir para Motilla. O Guia disse para ir a Motilla e encontrar uma família com o sobrenome Mjab caso se perdesse, se ele fosse lá, poderia voltar para o lado de Laud.
Não importa o quão zangado Laud estivesse, ele diria que não queria ser o Terceiro Príncipe de Kemened. Em vez disso, ele diria que viveria atrás do portão de ferro pelo resto da vida.
Tudo bem. O Príncipe Leshak estaria seguro durante todo o tempo em que estiver trancado no portão de ferro.
Está tudo bem com Radan agora.
No entanto, ele ouviu um cavalo correndo na sua frente. Radan sabia o que isso significava.
Isso significava que alguém estava vindo.
Confuso, Radan tentou se esconder. Mas não havia lugar adequado.
A árvore era muito grande e o arbusto muito pequeno. Radan, que olhava em volta ansioso, encontrou uma grande pedra e tentou se esconder atrás dela. Mas era tarde demais.
— Uau… ei! Quem diabos é você!?
— ……
Radan parou de andar. Ele não conseguia respirar agora. Radan moveu a mão sob o cobertor e tirou a venda. Seria desastroso se ele tentasse tirar o cobertor.
Ele não queria matar ninguém. Especialmente se estiverem perto de Leshak.
— Eu, eu…
— Hmm, o que é isso? Você está vestindo roupas muito bonitas. Há apenas o acampamento militar do Príncipe Herdeiro Leshak por aqui… por que diabos você está aqui?
— Isso, isso…
A resposta foi muito difícil. Construir uma mentira foi uma das coisas mais difíceis para Radan.
— Não pode me responder? É como se eu tivesse pego um espião. Que cobertor é esse? Se você não é uma pessoa suspeita, por que está cobrindo o rosto com isso?
Ele era o jovem Conde Custer.
Ele bateu na lateral do cavalo para fazê-lo avançar, então se aproximou de Radan e arrancou o cobertor.
— Ah, ah…
Seu rosto foi revelado, escondido atrás da venda bem amarrada.
— Você é cego? Por que um cego… Oh Meu Deus.
A expressão maldosa do Conde Custer aumentou ao limite.
Ele tinha ouvido a história de que a prostituta do bordel, que o Príncipe Herdeiro Leshak tem querido recentemente, não pode enxergar.
Ele ouviu dizer que era muito magro e infantil, mas seu rosto era incrivelmente lindo.
— Você é amante do Príncipe Leshak?
— …
Os olhos atrás da venda balançavam de um lado para o outro.
— Você está fugindo? Talvez do Príncipe Leshak? Por que? Não parece que ele está te tratando mal.
Radan balançou a cabeça apressadamente.
— Não, não. Eu não sou…
— Aha, você é cego, está vestido com boas roupas e está vagando não muito longe da base militar de Leshak, mas não é amante do Príncipe Leshak. Então quem é você?
— …
Radan fechou a boca e não disse nada, o Conde Custer lambeu os lábios e perguntou novamente.
— Ouvi dizer que há um bordel por perto… você é um prostituto que trabalha lá?
— …sim. Isso mesmo…
— Ah, isso é ótimo.
O Conde Custer desceu do cavalo.
Diziam que ele herdou gostos estranhos. Ele era um pouco menos gordo, mas era um homem igual ao pai.
— Tudo bem, eu também curto bundas. Quanto seria?
— …o quê? Não… eu odeio isso.
Radan balançou a cabeça e deu um passo para trás.
O Conde Custer estalou os lábios ao ver Radan tropeçar.
— É muito engraçado. Por que você foi pego de surpresa por um assunto que diz respeito às prostitutas? Venha aqui!
O Conde Custer agarrou o braço de Radan e puxou e chutou Radan na panturrilha.
— Ahhh!
Ele endireitou o corpo de Radan dobrando o braço enquanto ele caía para frente e depois arrastou o rosto entre as pernas.
— Vamos dar uma olhada no talento pelo qual até a madeira e a pedra caíram?
Conde Custer sorriu, revelando os dentes.
Ignorante e cruel…
——–
LILITH TRADUZ (@lilithtraduz)