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Lua de Sangue - Novel - Capítulo 1- A Rua Sangrenta

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A rua inteira estava pintada de vermelho. 

Lanternas vermelhas iluminavam as paredes de vermelho. Enquanto caminhava pelas estritas sombras vermelhas, ele se deparou com várias portas vermelhas. 

Quando abre a porta, um prazer vermelho se espalha.

Esta é a cidade abandonada que fica na fronteira oeste do Império Ibeden. 

A cidade foi rapidamente esvaziada onde os lordes se tornaram uma zona sem lei, e os bordéis foram estabelecidos ainda mais rápido do que isso.

TOC TOC

— Senhor, as mercadorias chegaram.

— Ah sim, por aqui.

— Ok.

Mesmo em bordeis onde existem todos os tipos de prostituição, deve haver um lugar especial. Essa era a porta que agora estava aberta. A placa vermelha era a mesma das outras portas, exceto que havia uma pequena marca sob a maçaneta. Eram três estrelas negras.

Uma estrela significava prostitutas masculinas, duas estrelas, que você pode utilizar ferramentas e três estrelas significam que tudo era possível de acontecer.

A partir desse momento em que entra nesta sala, a postuituta pertence totalmente ao cliente, corpo, mente e a vida. Tudo!

— Entra.

O cafetão empurrou o prostituto pelas costas. O prostituto estava nu, com apenas um véu vermelho na cabeça e correntes em seus pulsos. Era um dispositivo para a segurança dos clientes em um local de entretenimento.

O cliente de três estrelas rapidamente olhou de cima a baixo pelo corpo do prostituto que estava coberto somente pela cabeça. Um jovem com um corpo magro com ossos salientes, pele branca, parecia pálido à primeira vista.

Havia grandes e pequenas cicatrizes por todo o seu corpo, algumas pareciam recentes, e outras eram antigas. A maioria dessas feridas parecia ter sido feita por chicotes de couro.  O cliente parece ter gostado do que viu. Sua língua grossa saiu e lambeu seus lábios famintos.

— Excelente, gostei muito desse, vou levá-lo.

O cafetão assentiu e deu um passo para trás, a porta que estava aberta se fechou.

Havia apenas uma pequena porta pintada, mas nesse espaço desconectar do resto do mundo, atrás dessa porta fechada, a sala se torna um mundo completamente diferente. Um mundo onde gritos, choros e até orações são totalmente inúteis.

— Aproxime-se.

O cliente, que estava sentado na cama forrada de seda vermelha, acenou com a mão. O prostituto ouviu o som e arrastou os pés, pareciam os passos de um cego.

— Me mostre o seu rosto.

O prostituto tirou o véu em sua cabeça. Os olhos dele estavam cobertos com um grosso pano preto. O cliente levou uma taça de vinho à boca e sorriu.

— Você está sendo cuidadoso. Por dez milhões, gostaria de ver tudo.

Mas ele gostou do rosto liso. Um rosto pequeno e branco que não parecia ser de um homem, mas era estranhamente neutro. Ele se interessa cada vez mais por causa de suas feições delicadas.

O cliente bebeu um gole de vinho e afrouxou o manto. Completamente nu. Havia uma tira de couro enrolada em seu tornozelo, com uma chave pendurada na tira. 

A chave foi usada para destrancar as algemas que estavam no pulso do prostituto. O cliente não tinha intenção de entregar a chave em silêncio.

— Vamos. Rasteje.

O prostituto rastejou de quatro. Com uma atitude obediente, sem sinais de resistência. Os olhos do cliente brilharam de emoções. O prostituto que se rastejava aos seus pés se ajoelhou.

O cliente colocou os pés nas suas coxas.

— Lambe. Se eu gostar, te entrego a chave.

O prostituto baixou a cabeça, e a mão algemada levantou o pé do cliente, desconfortavelmente. Seus lábios eram bem grossos, mas o tamanho era pequeno, dois dedos foram colocados em sua boca, mordendo com força.

— Hmmmm.

O que ele fez não foi ruim, mas não foi nada de especial. O cliente ficou furioso. 

— Faça corretamente.

Em vez de responder, o som molhado ficou mais alto. Os lábios que mordiam os dedos dos pés subiam pelo peito do pé. Sua língua molhada procrastinou e rastejou sobre todo o pé gordo.

— Hmm… ok, agora estou me sentindo um pouco melhor… assim mesmo.

A língua fez cócegas no osso do tornozelo, enquanto o cliente dava de ombros e ria. E no momento seguinte, nada. A sensação de sua língua nos pés se foi.

O cliente percebeu que o prostituto pegou a chave e abriu as algemas. Deixando-o furioso.

— Seu atrevido… quem disse que não haveria problemas em abrir as algemas? 

O cliente pegou o chicote de couro na mesa, ao lado da cama. O prostituto tinha que ser punido, drena um pouco de sangue e se livrar de sua atitude arrogante.

WHOOSH!

Um som de estalo molhado, o cliente balançou o chicote, que estava encharcado de vinho, foi atingido no corpo nu do prostituto.

— … 

Os lábios do prostituto se torceram levemente. Porém, ele engoliu um gemido de dor, levantou as mãos e acariciou seu rosto.

— O que está fazendo?! Se ajoelhe e implore por perdão!

WHOOSH!

Houve outro som de estalo. No momento em que o chicote atingiu seu corpo, o prostituto perdeu o equilíbrio e caiu no chão. 

Mas em vez de se levantar ou tentar evitar os golpes, ele desamarrou sua venda.

— Vamos, implore!

WHOOSH!

O chicote acertou em sua cabeça. Aurícula  de sua orelha estava rasgada e o sangue jorrava. O prostituto levantou a mão e agarrou a ponta do chicote.

— O que está fazendo? Como ousa..! Solta agora!

O cliente furioso puxou o cabo do chicote. O prostituto continuou segurando o chicote com mais força e caminhou em direção ao cliente.

— O que… o que está fazendo?

O cliente soltou o chicote imobilizado. Em vez disso, ele pegou uma lâmina que estava ao seu lado. Era uma lâmina larga e grossa de um único gume, que mais parecia como uma clava ou um machado do que uma espada. 

— Merda!

A lâmina era uma arma de campo de batalha. O continente estava no meio da guerra, e esta área havia sido um campo de batalha por vários anos. 

O conde Custer, é um general do Império Yveden, que foi em um bordel próximo para se divertir antes de se juntar ao exército do Príncipe Leshek, que estava acampado na fronteira oeste.  A espada afiada no campo de batalha era tão feroz, como se fosse cortar o pescoço do prostituto a qualquer momento. Com sua aura ameaçadora.

— … 

O prostituto abriu os olhos. Seus olhos eram tão azuis como cristais de gelo. Frios e claros, só que não apenas claros, eram transparentes.

O conde Custer olhou para aqueles olhos, perdido em pensamentos. E no momento seguinte…

BANK!

O conde caiu no chão como um cadáver. Os olhos que acabou de ver, se transformaram em um poço hediondo, como se alguém tivesse desenterrado.

— … 

O prostituto cuspiu baixinho na frente do corpo. Ele não quis insultar o cadáver. Era apenas para afastar o gosto desagravel de outra pessoa que permanecia em sua boca.

As emoções escondidas sob sua expressão vazia estavam misturadas em sua saliva vomitada. O prostituto, que cuspiu tanto que seus lábios ficaram doloridos, gemeu em vão.

— Ugh, u…gh, ugh…!

Mas o tempo foi curto. O prostituto esfregou os lábios e tirou o manto do corpo do Conde. Absurdamente grande para seu corpo magro, mas fora isso, não havia mais nada para cobrir sua nudez.

O prostituta desamarrou o cordão do manto e colocou sob os seus olhos, ele se atrapalhou contra a parede e caminhou em direção à porta. A porta marcada com três estrelas negras se abriu com um rangido. Ele saiu na escuridão e desapareceu na rua vermelha.

Atrás da porta vermelha escondia o cadáver do Conde Custer. 

O crime aconteceu em um bordel chamado Merv, mas também conhecido como a cidade flutuante, na fronteira oeste do Império Ibeden, que já está em guerra com cinco países vizinhos nos últimos sete anos.

——–

LILITH TRADUZ (@lilithtraduz)

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