Love Sky - Capítulo 24

Sky não chorou, não choramingou, não demonstrou nenhum sinal de ter sido drogado. Apenas algumas palavras saíram da sua boca, mas foi o suficiente para deixar Prapai chocado. Sky o pediu para ser só dele. 

Mas isso destruiu a sua sanidade. 

Pai não estava com raiva da pessoa que parecia estar traindo-o diante dos seus olhos. E seu coração tem certeza de que isso não é verdade. 

Pai: “Bastardo!”

Ele não sabe o que aconteceu naquele quarto, mas o que ele tem certeza é de que o garoto estava sendo torturado. Ele consegue saber por causa da sua voz e dos seus olhos. 

Embora não tenha lágrimas, seu coração está dilacerado conforme o escuta. Se não foram eles, então quem fez essa coisa terrível? 

Quem foi?!

Prapai sempre se perguntou sobre o que tinha acontecido no relacionamento anterior de Sky. Mas dessa vez, porra, ele não precisa saber se isso faz aquele a quem ele ama se sentir como se estivesse morrendo!

Então o homem se virou ferozmente. 

Ele levantou da cama, se apressou para agarrar aquele que estava tentando escapar do quarto. 

[Bang]

O homem cerrou o punho com força e socou o rosto de Gun o mais forte que conseguiu, fazendo-o cair no chão. Mas Prapai ainda não está satisfeito. 

Quanto mais ele relembra da expressão de Sky, mais ele relembra da postura defensiva de Sky no passado, ou quando Sky disse que o relacionamento entre eles tinha acabado, mas isso acabou magoando os dois. 

Hoje, ele podia adivinhar que isso foi causado por esse monstro. 

Apesar de não saber o que Gun fez, era esse cara quem estava no seu apartamento com a sua esposa!

“Uma cicatriz profunda foi deixada no meu coração!”

Pai: “Você fodeu a minha esposa, não foi?!”

Gun: “Ele me seduziu, esse filho da puta me seduziu!!!”

Gun negou o máximo que pôde, mas ele ainda não conseguia suportar a fúria de Prapai. Quanto mais ele se defendia, mais furioso Prapai ficava. 

Ele não sabe quantas vezes bateu no rosto desse monstro. Pai não se importou com o sangue que estava jorrando da sua boca ferida. Tudo o que ele sabia era que deveria fazer o monstro sentir mais dor do que Sky jamais havia sentido na vida. 

Petch: “Pare!”

Petch deu um passo à frente e afastou Prapai do seu amigo. Na hora, um golpe atingiu o seu queixo. Mas isso deu ao Gun uma oportunidade para pegar o celular e mostrá-lo a Prapai, enquanto ele se virava novamente. 

Gun: “Phi, acredite em mim, esse filho da puta é muito mais pervertido do que você pensa. Ele transou com três caras de uma vez só e fodeu com todos eles!!”

Gun abriu as fotos que havia mostrado mais cedo a Sky para exibi-las para Prapai. Ele não se importava mais em salvá-las em um backup. 

Eles não esperavam que Prapai os seguisse tão rápido. Nessa hora, a corrida ainda não tinha terminado. A não ser que houvesse uma emergência nos negócios, Pai raramente saía do circuito antes da corrida terminar. 

Eles deveriam ter tempo o suficiente para brincar com Sky por vários rounds e também para trazer outras pessoas, antes que Prapai descobrisse. 

Essas imagens, Gun planejava usá-las para negociar com Sky no futuro. Mas, inesperadamente, o dono do apartamento invadiu o local cheio de raiva. 

E a única frase de Sky “Eu não posso ser só seu?” mudou tudo. 

Prapai estava furioso. 

Essas fotos fizeram Prapai congelar. Ele agarrou o celular para que pudesse ver com mais clareza. E nessas fotos Sky estava sendo assediado por um cara, e depois havia mais dois caras, todos de uma vez. 

Gun: “Veja… Phi viu isso? Sky é realmente um pervertido. Ele me seduziu. Ele finge para te fazer acreditar que ele é um bom garoto. Eu também já acreditei nele.”

Gun disse apressadamente, segurou o seu nariz sangrando, e cuspiu. Ele fez uma careta sob a mão, olhando para o homem que estava em silêncio. Com uma evidência tão clara, quem não iria acreditar nele?!

Mas…

[Pow]

Não apenas o celular foi jogado no chão, como Prapai pisou no celular com a sola do pé, destruindo-o, seus olhos se voltaram para Gun. 

Uma voz implacável saiu da sua boca.

Pai: “Eu vou te dar esse idiota. Mas esse bastardo, eu mesmo vou lidar com ele.” 

Gun: “Ahhh!”

Após Prapai dar a instrução a Payu, a figura alta agarrou o piercing na sobrancelha de Gun, segurou a sua cabeça com a outra mão, e o arrancou com força. 

Gun uivou de dor, e ao mesmo tempo em que sua carne foi rasgada, o piercing de prata caiu. Sangue fresco escorria pela sua bochecha. 

Mas Prapai não estava satisfeito. 

Ele está tão furioso que poderia matá-lo agora mesmo!

Payu também entendeu que o seu amigo pretendia pedi-lo para ficar de fora, mesmo que ele realmente matasse esse cara.

Finalmente Payu arrastou Petch para fora do quarto. 

Não apenas a sobrancelha, como Prapai agarrou a cabeça de Gun e a arremessou contra a parede. Pai ignorou os seus xingamentos, a súplica pedindo para ele parar, e a confissão de que Gun fez tudo, que Sky não o seduziu, que ele pediu para o segurança parar Rain, que tudo isso era parte do plano dele. 

“Merda!”

Mas quanto mais ele ouvia, mais furioso ele ficava. Apesar do cara ter caído duro no chão, e o sangue ter coberto tudo até que não fosse possível reconhecer o seu rosto, ele ainda estava sendo chutado sem parar. 

Pai: “Você fodeu a minha esposa. Você fodeu o meu Sky. Eu nunca te deixarei escapar, seu monstro!”

Prapai não sabia quantas vezes o chutou até que o cara parecia um pedaço de carne fresca que ainda respirava.

Mas ele ainda sentia que isso não era o suficiente…

Em termos de sofrimento, isso não é o suficiente!

O que eles fizeram para deixar Sky parecer tão machucado? O que eles fizeram?!

Rain: “Sky, olhe para mim! Você consegue me ver? Sky. Você consegue me ver?”

Rain se aproximou do seu amigo e tentou chamar o nome de Sky para que ele pudesse recobrar a consciência. 

Prapai foi até Sky. Seu cérebro não estava funcionando, apenas seu corpo se apressou para afastar Rain para longe. Então ele viu Sky que apenas olhava para o teto, imóvel, apertando os lábios com força. 

Lágrimas brotavam dos seus olhos, mas não havia vestígios de lágrimas. 

Pai: “Sky, olhe para mim. Meu doce garoto… olhe para mim.”

Aqueles olhos não olharam para ele de forma alguma. 

Prapai sentiu que a pessoa em seus braços estava chorando, mas não tinha lágrimas, como se Sky tivesse engolido toda essa dor de volta para o seu corpo.  

Duas mãos sangrentas acariciavam gentilmente o rosto do garoto, forçando os olhos de Sky a olharem para ele. 

Pai: “Apenas chore se estiver doendo. Eu estou aqui. Eu irei enxugar as suas lágrimas. Chore.”

Ele disse gentilmente, apesar do seu coração estar doendo. Isso dói tanto!

Prapai sempre achou que Sky era do tipo de pessoa que não queria chorar. Não importa o que tenha acontecido, ele não queria chorar. Mesmo quando eles esclareceram os mal-entendidos. 

Tinha apenas soluços. 

Mas dessa vez é diferente. De repente, ele percebeu que a razão pela qual Sky não chorava era porque estava acostumado a esconder o seu sofrimento sozinho. Ele deixou que as lágrimas pesassem em seu coração e escorressem para longe até que tudo acabasse. 

Então Prapai disse para ele com uma voz trêmula:

Pai: “Apenas grite, Sky! Não se esconda sozinho. Eu estou aqui, amor. Estou aqui.” 

Sky: “…”

Não houve nenhum movimento. Sky apenas olhou diretamente para ele. Seu corpo ainda tremia, seu rosto ainda estava tenso, e tinha uma expressão dolorosa no seu rosto. 

Sky parecia com alguém que estava se afogando, incapaz de respirar, ainda imóvel. 

Pai: “Eu te disse para chorar!!”

O homem grande gritou alto, pedindo para a pessoa em sofrimento liberar tudo, mas…

Pai: “Eu estou te implorando, por favor, chore e me deixe saber o quanto isso dói. Deixe-me te ajudar, deixe-me…”

Quem acabou chorando foi Prapai, lágrimas claras como o cristal escorreram pela sua bochecha e queixo, então caíram na bochecha daquele que estava coberto de sangue, uma a uma. 

Uma gota após a outra, sem nenhum sinal de que iriam parar. 

A voz trêmula de Pai soou suplicante e pedinte, tentando de todas as maneiras possíveis perfurar o seu coração, para se tornar o homem em quem o seu garoto confia, e deixando-o decidir o que ele quer.

Algo que foi suprimido finalmente foi liberado. 

Pai: “Eu nunca te darei para ninguém. Você me ouviu? Não…”

Aqueles olhos piscaram lentamente. E a pessoa que se recusou a falar após dizer “Não me entregue a outra pessoa”, perguntou em uma voz trêmula: 

Sky: “Por que você está chorando, Phi Pai?”

Pai: “Porque você se recusou a chorar. Se você não podia chorar, então eu iria chorar por você. Se você estava sofrendo, então eu iria sofrer também. Se você está sentindo dor, então eu sentirei dor junto com você. Deixe-me ser aquele que sofrerá por você.”

Ele está disposto a suportar toda essa dor pelo garoto. Por ele, Pai pode fazer tudo. Apenas machuque-o. O que quer que Sky não pudesse assumir, ele iria assumir.

Então Sky disse suavemente: 

Sky: “Mesmo que eu morra de tanto chorar… nada vai melhorar…” 

Pai: “Vai ficar tudo bem, acredite em mim, vai ficar tudo bem. Eu estarei aqui com você, do seu lado. Eu cuidarei de você.”

Prapai fez uma forte promessa. Lágrimas rolaram do seu rosto, seus olhos estavam ficando mais quentes. O garoto em seus braços estava com os olhos vermelhos, então as lágrimas começaram a fluir. 

Sky: “Phi…”

Sky começou a chorar e a se mover, a força do seu choro começou a aumentar. 

Sky: “Ugh! Uuuuh…! Phi Pai, Phi Pai!”

Do soluços ao choro, as lágrimas rolaram pesadamente como uma represa quebrada.

Prapai o puxou para um abraço e o abraçou apertado. 

Sky: “Phi Pai, não me deixe, não me dê para outra pessoa! Ah! ..Por favor, me ame, me ame…”

O garoto agarrou a parte de trás da sua camisa com força. 

Pai: “Certo, eu te amo. Eu nunca te darei a ninguém. Nunca!”

Isso fez a pessoa que estava sentindo dor chorar muito. Desde o que aconteceu há alguns anos, essa foi a primeira vez que Sky realmente expressou a dor em seu coração. E essa também foi  a primeira vez que ele realmente fez as pazes com isso. 

Esse homem o ama e o protege mais do que qualquer outra pessoa. 

***

Pai: “Eu vou te deixar lidar com eles.”

Payu: “Certo, vamos cuidar de tudo por aqui.”

Após conseguir acalmar Sky, Prapai enrolou a sua esposa no cobertor e a abraçou em seu peito. Prapai o olhou por um momento. 

No quarto, ele encontrou Rain chorando não muito distante do seu melhor amigo. 

Payu estava lidando com um outro monstro que foi esmurrado e desmaiou, enquanto Petch estava implorando em seu pé. 

Rain: “Eu também vou.”

Pai: “Está tudo bem, Rain. Eu posso cuidar de Sky.”

Prapai recusou a ajuda de Rain, que levantou rapidamente para os seguir, balançou a cabeça, e abraçou apertado o garoto que confiou nele, mas Sky ainda estava quieto. 

Ele se virou para olhar para o seu amigo, a pessoa que ele não queria que se preocupasse, não importa o que acontecesse. 

Sky: “Eu estou bem, Rain.”

Rain: “Mas… é… mas você tem que falar comigo depois.”

Sky assentiu, então fechou os olhos, exausto. Ele não queria esconder mais nada. 

Assim que os dois acabaram de conversar, Payu falou: 

Payu: “Pegue o meu carro.”

Quando ele veio, Prapai pilotava a sua moto. No estado atual, é impossível Sky fazer qualquer coisa. É impossível usar a moto agora, então ele está mais do que feliz em pegar a chave do carro do seu amigo. 

Ele não quer que a pessoa que ele ama esteja no mesmo quarto que esses monstros por mais tempo. 

Espera um segundo. Ele saiu do quarto e viu… 

Pai: “Phi Chai.”

Um homem lindo com uma aura intimidadora, um amigo íntimo do anfitrião da corrida. 

Phi Chai trouxe os seus subordinados. E o mais surpreendente é que esses subordinados dominaram outros jovens. 

Saifah: “Eles só me disseram que tinham mais pessoas vindo para cá. Eu fiquei preocupado de que não teríamos mão de obra o suficiente. Assim que eu liguei para Phi Chai, aconteceu dele estar por perto.”

Saifah levantou as sobrancelhas, orgulhoso da sua inteligência. Mas dessa vez Prapai concordou, porque ele estava tão furioso que não conseguia pensar em mais nada. Então ele assentiu, ao invés de agradecer. Ele se virou e disse ao Phi Chai: 

Pai: “Se você não se importar, me ajude com os dois caras lá no quarto. Eles precisam aprender uma lição um pouco mais pesada. Se você fizer isso, eu posso competir com qualquer pessoa no futuro. Eu não irei recusar.”

Se ele ganhar a próxima corrida, isso significa que o anfitrião iria ganhar uma aposta, e Prapai está disposto a não aceitar um centavo disso. 

Eles devem se livrar desses babacas diretamente da raíz. 

As habilidades dos gangsters tailandeses são muito melhores do que as dele, de qualquer forma. 

Chai: “Eu verei o que posso fazer.”

Mesmo assim a sua resposta é tão boa quanto um sim. 

Nesse momento, o Prapai satisfeito teve que sair correndo dali com Sky. 

Agora que Prapai se foi, Rain apenas enxugou as suas lágrimas. 

Rain: “Merda, babaca! Você estava transando com o meu amigo? Você se aproveitou dele? Seu animal!”

Ele é um carinha que parece fraco e sempre mimado, mas sua personalidade é muito mais feroz do que a de Sky. 

Ele pulou e chutou Petch várias vezes. Sem hesitar, ele chutou a parte vital do cara que desmaiou até que Gun acordou para sentir essa dor dilacerante. 

Rain: “Você fodeu o meu amigo, então não precisará mais disso!!!”

Dessa vez Payu não o impediu, porque parecia que o seu amorzinho não iria se acalmar tão cedo. 

É claro que até ele se sente mal por Sky. Então como é que Rain, o melhor amigo dele, conseguiria se controlar? 

Parece que esses dois caras serão destruídos pelos pés de Rain antes desse assunto ser entregue ao Phi Chai. 

***

03h:30min

Prapai levou o seu namorado de volta para a sua casa enorme. Ele disse a Praiphan, que estava se preparando para uma prova, não o acordar. 

Ele não quer que os seus pais façam barulho quando Sky despertar. 

Sua irmã concordou, enquanto olhava com preocupação, mas ela não os incomodou. 

Ele não tinha tempo para se preocupar com mais ninguém, ele só se importava com a pessoa em seus braços. E o colocou na cama do jeito mais gentil possível. 

Mas quando ele estava prestes a limpar o seu corpo que estava coberto de sangue, seus braços foram segurados. 

Pai: “Eu vou tomar um banho. Minha mão cheira a sangue.”

Quando ele disse isso, o garoto levantou e o seguiu até o banheiro. A ansiedade em seu rosto o fez ter que perguntar: 

Pai: “Você quer tomar um banho comigo?”

O garoto que sempre recusava assentiu. 

***

Ambos tomaram apenas um banho. Prapai ajudou a limpar o rosto úmido de Sky com as mãos, e ele retirou o repugnante piercing do seu mamilo. 

Prapai o ensaboou e enxaguou o seu corpo até ficar limpo. Ele mesmo esfregou o sabão no garoto, unicamente para deixar Sky limpo, sem nenhuma luxúria ou desejo. 

O anseio por coisas intensas é o toque meramente mais próximo disso, o que demonstra o quanto eles confiam um no outro. 

Após tomarem banho e Prapai enxugar o corpo dele, ele trouxe Sky para se sentar na cama. Mas de novo…

[Agarra]

— Eu vou só pegar algumas roupas para você vestir. Não se preocupe, eu não vou a lugar algum.

Isso fez Sky ficar disposto a soltar a mão que agarrava o braço de Prapai. Então ele pareceu mais calmo. 

Pai se virou e rapidamente se vestiu, e sem uma palavra, ele colocou as roupas para o seu namorado vestir. 

Prapai rapidamente o abraçou apertado, tocando sua cabeça e confortando-o. 

— O pior já passou, e agora não terá mais nada disso. Eu não irei a lugar nenhum. Eu estarei aqui.

O homem ouviu que a pessoa deitada ao seu lado estava se acalmando lentamente. A raiva e a angústia em seu coração estavam se dissipando lentamente. 

Vendo que Sky estava melhorando, ele também estava. 

— Phi Pai.”

— Hã?

A voz de Sky estava rouca de tanto chorar, e seus olhos estavam inchados, fazendo Pai ter que acariciar gentilmente entre as sobrancelhas dele. 

— Você não vai me perguntar o que aconteceu?

Seu bebê parecia ter recuperado a compostura, mas ainda havia medo em seus olhos, o que fez Prapai se preocupar. 

Ele queria saber? É claro que sim! Ele queria saber como isso tudo aconteceu, mesmo que pudesse adivinhar mais ou menos o que era. 

“E aquelas malditas fotos… Eu deveria ter jogado fora!”

Ao pensar sobre isso, seu rosto profundo se encheu de ódio, e ele quis dar uma lição naquele monstro. 

— Está tudo bem, eu irei esperar até que você esteja pronto.

Prapai não se importava se Sky havia dormido com aqueles três caras por vontade própria. Porque ele também já fez todos os tipos de coisas antes de conhecê-lo. 

Mas uma parte dele acha que Sky não faria isso de boa vontade. Ele sabia disso muito claramente porque ele correu atrás de Sky por meses. 

Mesmo que ele tenha feito isso porque quis, deve ter tido uma razão. 

Nesse momento, Prapai percebeu o quanto confiava na pessoa em seus braços. Mesmo se ele estiver sendo estúpido, ele aceitará de bom grado. 

— Será… hoje.

A voz rouca chamou a sua atenção novamente. 

Sky sorriu hesitante, ele parecia cansado, mas ainda insistia.

— Eu temo que se não disser isso hoje, não terei coragem para dizer novamente.”

O garoto respirou fundo e então as coisas durante o seu ensino médio saíram da sua boca. Parecia algo que ele estava guardando dentro de si há um tempo.  

Pai estava calmo, às vezes ele ficava trêmulo, mas depois de ter ouvido sobre tudo o que aconteceu com o garoto, ele malmente conseguia se controlar. 

Sky foi assediado até não conseguir mais ir à escola. Ele “transou” até se machucar. Ele foi tão enganado que até foi vítima de um estupro coletivo? E o que é pior nisso tudo é que quando Sky passou por isso, aquele monstro apenas se sentou calmamente!!!

Prapai está tão furioso que suas orelhas quase explodiram. Ele está com tanta raiva que ele realmente quer voltar lá e matar aquele monstro. 

“Bastardo, seu mostro! Seu animal repugnante!”

Ele nunca pensou que as pessoas poderiam ser tão cruéis, e ele ainda foi atrás desse garoto. 

Prapai poderia imaginar o quão inocente Sky era naquela época. 

Até agora, ele sabe que por trás da fachada de um garoto trabalhador, Sky é na verdade um cara que gosta de ser um garoto mimado, que tem medo de ficar sozinho, e que precisa ser cuidado. 

E daí? 

“Se fosse eu, eu teria cuidado bem dele e não o deixaria chorar. Se fosse eu…”

A cabeça de Prapai está cheia de frases “Se fosse eu”. Ao mesmo tempo, ele abraçou ainda mais apertado aquele corpo magro e o trouxe para mais perto de si, através do toque que transmitia quanto amor ele tinha no coração. 

— Naquela época, eu fui realmente destruído. Mesmo que eu ficasse em casa, ainda parecia como um brinquedo quebrado. Eu parei de chorar porque chorar não ajudava em nada. Não importava o quanto eu implorasse, ele não simpatizava comigo. Eu só parecia ainda mais patético.

—Então como você melhorou?

Essa foi a primeira vez que o garoto realmente riu, sorriu abertamente, mas não pareceu triste ou relutante. 

— O primeiro amor de Phi Pai foi um artista favorito (a) ou um (a) personagem de mangá?”

Prapai balançou a cabeça, sem saber se já se sentiu assim em algum momento. 

Sky continuou. 

— Eu tive! Quando eu era mais novo, minha mãe realmente gostava de um protagonista, e eu assistia com ela. Agora que eu parei para pensar, esse protagonista pode ter sido a primeira pessoa a me fazer perceber que eu gostava de garotos. Mas quando eu cresci, eu esqueci disso, até que eu voltei para minha casa em Lopburi. Meu pai não queria que eu ficasse tão quieto, ele achou que era um problema eu não falar ou não ir à escola. E ele achou que tinha sido por causa do casamento falido dos meus pais. Antes de eu ir para o ensino médio, eu os ouvia brigando e discutindo por anos. As pessoas me diziam que eu era uma “criança problemática”.

Sky inclinou a cabeça em Prapai e abraçou apertado a sua cintura. 

— Até hoje meu pai não sabe que eu estava depressivo por ter sido estuprado. 

Ele parou por um segundo, então voltou à sua história: 

— Naquela época, eu só conseguia ficar parado e deixar a TV ligada. Eu não ouvia nem entendia nada. Eu apenas sentia tristeza e nojo de mim mesmo. 

Sua mão enxugou outra lágrima que escorreu. 

— Se eu não me amasse, quão tristes eles estariam, as pessoas ao meu redor que me amavam? Se uma pessoa pudesse arruinar a minha vida, como eu poderia encarar a minha família? 

Sky soluçou ainda mais forte, como se quisesse chorar pelas partes pelas quais ele não chorou no passado. 

— Eu só podia ver o quão preocupado meu pai estava. Papai se desculpou por ter se separado da mamãe. Ele se desculpou por me deixar vê-los brigando. Ele se desculpou por me deixar sem uma mãe. Meu pai fez o melhor que pôde para ser bom para mim. Eu só descobri que ele me mandou para Bangkok para que eu não o visse brigando com minha mãe pela propriedade da casa. Se eu ainda me odiasse, o quão triste isso seria para o meu pai que me criou? 

Sky soluçou. 

— Eu não me recuperei instantaneamente, mas eu me preocupei mais comigo mesmo. Eu tentei esquecer de tudo. Eu estudei pesado. Eu senti que tudo que eu fiz foi pelo bem da pessoa que realmente me ama, não pelo monstro que me viu como um brinquedo. 

Prapai apertou o seu pequeno corpo e o balançou, espalhando amor para a pessoa que ele ama. 

Só em pensar em como Sky passou por uma coisa tão cruel… ele se recompôs, mas não podia contar sobre o que aconteceu para ninguém, ele foi torturado até que isso o enlouqueceu. E ele só podia repetir o ocorrido de novo e de novo. 

Prapai beijou a testa dele milhares de vezes, até que Sky tomou a iniciativa e encostou-se gentilmente no seu peito, então se levantou e olhou em seu rosto. 

— Phi Pai, eu posso realmente te amar, não é?

Essa pergunta fez Prapai realmente querer matar aquele monstro!

Argh! Ele realmente irá matá-lo. 

O homem disse com lágrimas nos olhos:

— Sim, me ame. Porque eu amo apenas você.

Sky sorriu para ele, o sorriso que ele gostaria de manter para sempre. 

Então o seu garoto disse… 

— Eu também amo Phi Pai.

Isso foi o suficiente para fazer o coração de Pai bater rápido. 

Prapai jurou que cuidaria bem desse garoto. 

***