Love Sky - Capítulo 14
— Sky.
— Hum.
— Sky.
— O quê?
— Sky, eu…
— Para que você está me chamando?
Prapai riu assim que ouviu o garoto ao seu lado. Ele o puxou e deu um abraço mais apertado, levantou a cabeça, e não pôde resistir em pressionar mais alguns beijos nele, ignorando a resistência do garoto.
Se ele estivesse realmente resistindo, já teria chutado-o para fora da cama. Após o primeiro round, se parasse nele, não seria Prapai. Então após o primeiro, segundo, terceiro e quarto round, a pessoa em seu abraço não recusou. Porque ele estava fazendo o que disse que faria… Ele daria ao Prapai o que ele queria e o deixaria entediado rapidamente.
Mas verdade seja dita, nem a letra E de “entediado” passou pela sua cabeça.
[Beija, beija]
— Viu… você mesmo está ficando tímido.
O jovem pressionou seu nariz contra a sua bochecha branca, então a viu corar levemente, ignorando o seu protesto. Porque o que acontece é que isso não pode ser chamado de resistência. Parece que ele está ainda mais envergonhado, querendo esconder o rosto no travesseiro.
— Sky.
— O que mais você quer?
O garoto ainda insistiu em dormir de costas para Prapai que estava abraçando-o, mantendo-o perto. Ele levantou a cabeça para ver a pessoa que estava chamando-o em uma voz de tom grave, então ele começou o seu próximo ataque chamando por ele…
— Sky.
Sky sabia que não devia responder, então continuou com a boca fechada. Mas o jovem não se importou, porque ele conseguiu colocar a cabeça no seu ouvido, soprando gentilmente ar quente, fazendo Sky sentir arrepios na coluna, e falando com uma voz realmente profunda, pulsante e provocativa.
— Se você não gosta que eu te chame de Sky, eu posso te chamar de meu querido?
Sky ficou tenso e entrou em pânico.
— Phi Pai!
— Sim, querido. A pessoa que queria provocá-lo continuou com um sorriso aberto.
— Nós não estamos apaixonados!
De repente, Sky surgiu, o seu rosto corou e ele cobriu as orelhas, respondendo em um tom bem irritado. Mas quem iria acreditar que ele estava realmente irritado?
Seu rosto fica tão fofo quando seus olhos brilham e a ponta do seu nariz ainda fica num tom vermelho brilhante. Até se as pessoas olharem-no de perto, ninguém veria um fragmento assustador nele.
— Eu concordei em dormir com você porque você me ajudou, não porque eu sinto algo por você… Ele esclareceu e acrescentou:
— Sim… Eu também não sou o seu namorado.
Prapai sorriu largamente, ignorando o motivo pelo qual o garoto estava discutindo ao lado dele. Se fosse verdade que ele não sentia nada, Sky teria deixado-o ir desde a segunda vez que eles se encontraram.
Pai é um homem muito orgulhoso, então ele acredita que Sky deve sentir algo por ele, mas ele só quer conseguir o que deseja todas as vezes.
Sky não fazia um trabalho muito bom em esconder os seus sentimentos como ele achava que fazia, alguns deles apareciam com frequência. Exatamente como agora ao ouvir a palavra “querido”, ele exibiu uma expressão triste, provavelmente porque assumiu que Pai estava brincando, até que sentiu Prapai aproximando as mãos para apertar as suas bochechas duas vezes.
— É mais fácil falar do que fazer.
— …
O ouvinte franziu os lábios com força, movendo os lábios trêmulos para o outro lado.
— E eu também não sou o seu querido. Ele murmurou.
Dessa vez Prapai não continuou falando. Ele apenas riu sem discutir, aceitando o seu argumento.
Então o garoto apenas mudou de assunto.
— Você pode sair da minha cama. Você está fedendo a suor.
— Eu não estou com o odor apenas de suor. Tem também outros cheiros, como o cheiro do…
Prapai usou as duas mãos para apoiar a cabeça, ao invés de usar um travesseiro. Ele deu um olhar significativo para o peitoral nu de Sky, olhou para os quadris onde o cobertor os cobria, olhou afetuosamente para os chupões em sua cintura, e se sentiu pronto novamente.
Mas com apenas um golpe, suas emoções flamejantes que queimavam como fogo, ficaram tão frias quanto uma água congelada.
— Você está cheirando ao produto de limpeza do banheiro.
[Funga]
— Sério?
Aquele que estava deitado na cama, que tinha certeza de que tinha um corpo incrível e em forma, se curvou para poder se cheirar. Mas no quarto que ainda ardia em sensualidade, era difícil identificar o seu cheiro, como Sky disse. Antes que ele pudesse confirmar, o dono do quarto se virou para pegar uma camisa para vestir, antes de falar com ele sem rodeios:
— Não só ao cheiro do produto de limpeza do banheiro, mas também do detergente de prato, do desinfetante do chão, e do suor.
O jovem se virou para olhá-lo, mas ele não estava cheio de emoções, ao invés disso, ele parecia um pouco enojado, adicionando movimento as mãos e uma outra frase ao final, o que fez com que finalmente a confiança de Prapai desmoronasse.
— E posso sentir o cheiro de algo… do vaso sanitário.
— Eu acho que é melhor eu ir tomar um banho.
Assim que Sky disse que tinha um cheiro de vaso, Prapai rapidamente levantou da cama, sem um pingo de vergonha, e caminhou descalço em direção ao banheiro. Mas ele não hesitou em se virar e perguntar com um sorriso:
— Você quer tomar um banho comigo?
O que fez com que o dono do quarto se virasse e pegasse o estilete. É claro que apesar de Prapai ser um homem corajoso, o cara com cheiro de vaso sanitário correu imediatamente em direção ao banheiro quase que simultaneamente quando o outro agarrou o estilete.
“Tão vergonhoso!”
Esse pensamento o fez cair na risada. A água escorria suavemente e a sujeira estava sendo limpada em minutos. Ele estendeu a mão para pegar a toalha do garoto, a colocou ao redor da cintura, e saiu do banheiro apenas para encontrar o quarto vazio.
— Para onde ele foi?
Não era só Sky que estava faltando. As roupas que ele tirou mais cedo também estavam ausentes.
O jovem nu encolheu os ombros, porque ele não pensou que a outra pessoa iria pegar suas roupas e sair. Embora ele não iria se importar se ele fizesse isso, porque ele poderia pegar algo emprestado dali.
Depois disso, ele rapidamente procurou por algumas roupas, focando nas calças com elástico e camisas maiores. Felizmente Sky tem um armário cheio de roupas desse tipo. Então ele não precisava se preocupar com o tamanho.
Após se vestir, era hora de procurar pela pessoa desaparecida.
Com o rosto tão vermelho quanto a sua camisa, se ele passasse por um idiota como ele, ele estaria tão ferrado.
— Huh, talvez eu seja o único que está louco.
Sim, ninguém pode ver o quão fofo Nong Sky é. Eu sou o único que prestou atenção nisso.
Prapai pegou a chave do carro, o cartão-chave reserva, e assobiou.
Conforme descia as escadas, ele sorriu, porque o seu alvo estava de costas para ele, mas…
— …
…O homem que estava prestes a dizer “oi” congelou. Ele ficou atordoado ao ver o garoto na lavanderia. E ele sorriu abertamente porque a pessoa que disse que ele era chato estava segurando uma camisa úmida com as mãos, olhando para ela e a abraçando firmemente.
O carinho foi tão grande que ele queria segurá-lo e abraçá-lo firmemente… agora mesmo.
Mas Prapai só se conteve, voltou para o quarto com um sorriso tão grande que teve que levantar a mão para massagear o rosto.
— Como eu posso me cansar dele? Sky age tão fofo, mas…
“Será que eu irei amá-lo ainda mais?”
Ele não liga mais para as vozes em seu coração, contanto que se sinta desse jeito, ele vai agir de acordo.
***
— Phi Pai, você tem um travesseiro, por que você não o usa?
— Eu quero dormir aqui.
Naphon admite que após a primeira vez em que transou com Pai, ele não fez isso direito. Por outro lado, ele queria que a história entre eles acabasse antes deles se conhecerem melhor. Mas tirando o fato de que ele (seja intencionalmente ou não) deixou a outra pessoa saber sobre o seu ex babaca, ele não vai mais avançar nisso.
Então Sky deu o que o outro queria, ele acreditava que Prapai iria embora por conta própria. Mas… após ele descer e colocar as roupas na máquina de lavar, assim que voltou para o quarto, P’Pai imediatamente o abraçou.
Após um tempo, quando já era tarde da noite, eles saíram para jantar. Embora P’Pai não tenha segurado a sua mão, a verdade é que eles estavam andando tão colados um no outro que era como se tivesse uma seta em sua cabeça dizendo que eles eram mais do que amigos.
Depois que eles voltaram para o quarto, Sky rapidamente terminou a sua tarefa com prazo iminente e deitou na cama. No mesmo momento, o homem grande veio e colocou a cabeça em seu colo. E embora Sky tenha o empurrado, ele insistiu e se apoiou em seu corpo com o rosto sorridente, então ele não teve escolha a não ser permitir.
“Muito próximo, mas… tão caloroso.”
Sky queria ficar desse jeito, nessa posição, ao mesmo tempo em que queria fugir.
— O que Sky gosta de comer?
Aquele que deixou a sua mente vagar, olhou para a pessoa que mudou de assunto de repente.
— E se eu não te responder?
— Então eu vou continuar te incomodando.
Quando ele olhou para o seu rosto, isso pareceu algo que ele obviamente seria capaz de fazer. Então Sky pegou seu celular e abriu um site para ler comics, evitando o olhar da pessoa que o encarava, enquanto respondia sua pergunta.
— Eu não gosto particularmente de nada, mas eu não gosto de miojo. Mas se tiver arroz eu posso comer qualquer coisa.
— Então você prefere montanhas ou o mar?
— O mar.
— Qual é a sua cor favorita?
— Esmeralda.
— Romance ou ação?
— Ação.
Vendo que as perguntas não são tão difíceis, Sky continuou respondendo, ficando lentamente mais familiarizado com a pessoa deitada no seu colo.
A princípio, Sky não sabia onde pôr as mãos, mas logo as colocou na cabeça do homem alto que as beijou acidentalmente de um lado ao outro, enquanto respondia sobre sua família.
— E Sky nunca foi para casa em Lopburi, seu pai está ok quanto a isso?
— Rain te contou que minha cidade natal é em Lopburi?
Ele tinha certeza de que nunca tinha contado isso a ele, quando Phi Pai sorriu abertamente, ele não estava afetado por ter sido pego no flagra.
Sky encolheu os ombros porque isso não era algo que ele queria esconder. A maioria dos seus amigos sabia que ele não era de Bangkok. Mas isso não era algo que ele queria contar para essa pessoa.
— Meu pai não se importa. Eu vim para Bangkok para estudar desde o ensino médio. Ele já está acostumado por eu não voltar para casa.
— Oh! E você veio para ficar com quem?
— Com a minha tia. Mas apesar de eu dizer que fiquei com ela, era mais como se eu ficasse sozinho. Minha tia viajava muito e tinha várias propriedades. A casa que eu fiquei e morei era a que ela raramente usava. Mas esse dormitório é mais próximo da universidade, é um caminho mais curto.
— E isso não foi difícil?
Sky balançou a cabeça, mas as memórias antigas fizeram o rosto do garoto empalidecer um pouco.
— O que era difícil sobre a minha condição? Meus pais enviavam dinheiro todos os meses. Eu vivia ainda mais confortável do que algumas pessoas. Na época, eu estava sempre de bom humor. Em casa, eu estava sempre sozinho, de qualquer forma. Como eu tinha 15 anos, eu me sentia livre. Quando eu entrei no ensino médio, eu tinha muitas expectativas.
Mesmo que vários anos tenham se passado, de vez em quando Sky pensava que ele era tão diferente assim. Pelo menos agora ele não precisa buscar o reconhecimento e atenção de ninguém.
Então ele se virou rapidamente.
O acidente no ensino médio o mudou demais.
— Então isso significa que você colocou o piercing durante o ensino médio?
Sky ficou surpreso porque ele estava indiferente quanto a pessoa deitada no seu colo, que aproximou a sua mão para beliscar o seu mamilo tão gentilmente que ele mordeu os lábios, olhando-o com os olhos turvos e as bochechas coradas.
— O que você está fazendo com o meu peito?
— Eu gosto dele. Disse P’Pai honestamente, então adicionou:
— Coloque um piercing para que eu possa vê-lo, eu quero saber o quão lindo isso vai ficar em você.
— Não, eu não vou usar novamente.
O garoto recusou sabiamente. Não porque ele conhece a intenção pervertida deste pedido, mas porque ele tomou a decisão de esquecer tudo, incluindo isso.
— Por quê?
Sky nem sabia porquê ele concordou em respondê-lo.
— Quem me deu esse piercing foi… o meu ex-namorado.
O ex-namorado babaca. E ele queria esquecer tudo sobre ele.
Ele não sabe se sua expressão foi exagerada ou não, porque Prapai alcançou a sua mão para pegar o celular que ele pretendia brincar e o colocou na mesa de cabeceira, segurou o seu queixo, obrigando-o a nivelar o rosto para se encontrar com os seus lindos olhos.
Se ele fosse presumir algo, iria pensar que aquele rosto lindo demonstrava que Pai parecia um pouco incomodado.
— Você ainda gosta dele?
— Como eu posso gostar dele? Se eu ainda gostasse, eu não teria o deixado. Não é sobre isso.
O garoto de coração frio tornou-se mole. Ele franziu os lábios e a mão na cabeça trêmula de Prapai, até que conseguisse senti-la. Então ele balançou freneticamente a cabeça, dizendo com uma voz ainda mais trêmula do que antes:
— Se eu pudesse, eu iria apagar da minha cabeça tudo sobre ele, e talvez eu me tornasse um bad boy.
Ao final da frase, Sky respondeu sem ironia. A pessoa no seu colo não sabia se ele disse isso só para agradá-lo. Mas as frustrações desapareceram dos seus olhos, e se transformaram em um sorriso.
— Errado. Diga novamente. Deveria ser alguém tão bom quanto eu. Sky poderia reencarnar nas próximas três vidas, mas ainda não encontraria alguém como eu.
“Meu enjoo voltou.”
— Não precisa ser nas próximas três vidas, P’Pai. Uma vida é o suficiente. Eu acho que P’Payu seria muito melhor do que você.
— Ele já tem um namorado. E esse namorado é o seu melhor amigo. Só o deixe em paz, entendeu?
P’Pai não negou sua afirmação de que Payu era muito melhor. Se Sky não dissesse que gosta de Payu, Pai não teria que apoiar Rain reivindicando seu status de namorado.
— E se eu não deixá-lo em paz? Com todo o seu entusiasmo, ele o provocou de volta.
— Então eu o ajudarei a deixá-lo em paz por conta própria, quer seja o seu ex-namorado ou qualquer outra pessoa.
Sky nunca gostou de falar sobre o seu ex-namorado, mas de alguma forma, quando viu essa pessoa fazendo uma cara de valentão, falando em uma voz profunda, seu medo do passado desapareceu, e deixou apenas o humor.
— E que direito você tem de fazer isso? Ele perguntou.
Quanto mais ele lutava, mais Pai o abraçava, agarrando-se nele, e brincando pesado ao redor do seu peito. Agora aquelas mãos grandes acariciavam-o por todos os lugares. Não importava o quanto ele resistia, ele não iria soltá-lo.
O rosto pontudo encostou no canto do seu pescoço, o fazendo rir alto, mordendo e chupando aquela pele.
Sky começou a ofegar e a ficar cansado, tentando fazer os seus olhos parecerem ferozes, mas P’Pai ainda estava destemido e o atacava até que ele ofegasse por ar.
— Hahaha, uma derrota total.
— A culpa é sua. Disse o garoto.
— Sim, Sky, você pode…
— O que é agora?
Ele não sabe quantas vezes ouviu o seu próprio nome em apenas um dia. Ele só podia levantar seu rosto corado e olhar para ele com um sorriso amigável.
Assim que suas testas se encontraram, Pai sussurrou:
— Sky, você pode esquecer tudo sobre os seus ex-namorados?
— …
Ele não o corrigiu dizendo que teve apenas um ex-namorado. Não tantos quanto P’Pai. Mas ele manteve a boca fechada porque o homem alto continuou sussurrando.
— Sim, esqueça sobre todos os outros, você só pode ter a mim.
“Eu nem quero ninguém.”
Mas a negação ficou em seus lábios. No final, ele só conseguiu abaixar o olhar, deixando a pessoa que o encarava sorrir e trazer gentilmente os seus lábios até a sua boca. As mãos que acariciavam todo o seu corpo agora se moviam para levantar a ponta da sua camisa para tocar na sua pele quente.
— Sim.
Os pares de olhos se encontraram e Sky falou lentamente:
— Ninguém tem olhos de amendoim como os seus.
Prapai riu, colocando a cabeça em seus ombros, e disse roucamente:
— Hum, e Sky, agora você vai beijar um amendoim.
Qual é o tipo de resistência que uma pessoa com o coração acelerado poderia dar, quando ele estava sendo empurrado para deitar de costas na cama novamente? Ele só podia levantar os braços para abraçar o seu pescoço, abrindo a boca para aceitar de bom grado o beijo ardente, com a desculpa de que queria que a outra pessoa ficasse entediada para que a história entre eles terminasse logo.
Apesar de saber… que ele não quer que esse abraço… desapareça.
Quando Sky abraça Pai desse jeito, ele se sente seguro.
Como Prapai pode ficar entediado?
***
— Olá, P’Pai. Você veio me ver?
— Eu não ousaria vir te ver, Rain. Payu iria cortar o meu freio.
Após terminarem as aulas da tarde, Sky, que estava andando ao lado de Rain, trouxe um cilindro que precisava revisar. Ele arregalou os olhos quando saía do prédio, porque um homem grande usando uma camisa com uma gravata e uma calça estava parado conversando com uns estudantes do 3° ano em voz alta e num tom animado, como se eles se conhecessem há umas 10 vidas.
O garoto não interviu, mas ao invés disso, o seu melhor amigo correu em sua direção.
— P’Payu confia em mim. Ele definitivamente ainda viria me ver.
— Você aceitou um monte de subornos? Sky semicerrou os olhos, encarando a pessoa que Rain ajudou.
— Um cara como eu não pode ser comprado com dinheiro. Eu chamo isso de “ser um bom amigo”.
— Mas você pode ser comprado quando o assunto é P’Payu. Então qual é a pegadinha?
Sky virou em direção a Pai, que retribuiu o olhar com um grande sorriso no rosto.
— Histórias antigas sobre Payu de 2 anos atrás em troca dos horários das suas aulas.
— Como você pôde me trair, P’Pai?
Rain franziu a testa, mas não ousou gritar, pois Sky sorriu enquanto puxava a camisa do seu melhor amigo, que agia como se ele estivesse prestes a pular em direção a Prapai.
Prapai riu alto, se virou para colocar o braço ao redor dos ombros de Sky. Ele não conseguia se livrar do braço dele. Nem mesmo uma lagartixa poderia chiar com a boca cheia.
“Entre um amigo e um namorado, todo mundo sabe qual deles deverá escolher.”
Uau!
— Oh meu Deus, Rain… Você tem um cunhado lindo.
— Verdade. Onde você o conseguiu, Naphon? Eu quero alguém como ele.
— Você tem um namorado, não é?
— Mas o namorado nunca disse se ele iria escolher o seu amigo ou o seu namorado.
Os estudantes do terceiro ano estavam brincando e falando alto, liderados por P’Ran, até que Sky se assustou e olhou para a pessoa que estava falando. Então ele ficou parado, fingindo que não estava ouvindo nada. Em contraste com o seu coração, que não conseguia ficar quieto, pois estava batendo como um tambor. Enquanto Rain apontava o dedo para Sky e Pai alternadamente.
— Faz uma semana desde a última vez em que nos vimos e agora você já tem um namorado?
— Você não fez a mesma coisa? Você tinha um namorado e não me contou por um longo tempo.
Rain cobriu a boca e riu ao ver a pessoa ao lado dele.
— E ele não é o meu namorado. Vocês não têm coisas para fazer por aqui?
— Nós temos coisas para fazer, mas é mais divertido provocar os juniors.
Os veteranos disseram brincando, mas a voz que perguntou “Vocês não têm coisas para fazer” apelou para as suas consciências, lembrando que eles não tinham muito tempo para finalizar o trabalho.
Então eles se despediram dos juniors e levantaram as mãos para cumprimentar Phi Pai, fazendo Sky se perguntar desde quando o homem alto se aproximou daquele grupo. Em seguida, eles se dispersaram para uma outra direção.
Até que sobraram apenas três pessoas. Sky se virou para olhar para a pessoa perto dele. Prapai fingiu abrir a boca, sorrindo de dor.
— Então você não veio me ver. Você está aqui por causa de Sky?
Rain olhou para ele com curiosidade, além disso, Prapai colocou os dedos ao redor dos ombros de Sky sem soltá-lo, e o observou com olhos ardentes até que ele pensou que seria divertido apontar o dedo para ele.
Naphon então atingiu a cintura do homem brincalhão com o seu cotovelo. Pai agiu lamentavelmente e Sky pôde ver pelo canto dos olhos que Prapai levantou a mão para esfregar a sua barriga. Então Sky sorriu friamente e disse…
— Ele é só o meu brinquedo para passar o tempo.
— …
— …
O silêncio os cercou e a quentura cobriu as suas bochechas.
[Clap, clap, clap]
Seu melhor amigo bateu palmas, mas aquele que falou mordeu os lábios com força e se virou.
— Estou indo.
— Espera, Sky, meu carro está aqui. Hahaha, foi você quem disse isso e agora você está fugindo. Qual é, seu brinquedo veio te buscar e te deixar em casa. Certifique-se de tirar vantagens do seu brinquedo e faça isso valer a pena.
Sky, o dono do brinquedo, estava com tanta vergonha que andava cada vez mais rápido. Mas ele não correu para chamar um mototáxi para poder escapar e voltar para o seu dormitório. Ele apenas ficou parado ao lado do carro que Pai trouxe, ao invés da supermoto que ele usa nos dias da semana, enquanto falava para ele…
— Eu não estou com vergonha. Só abra a porta logo. Eu quero voltar para o meu quarto e dormir um pouco.
“Ele não me disse que não gosta de quando eu venho buscá-lo.”
Sky costumava pensar que assim que o aceitasse, P’Pai iria desaparecer no ar e só iria até ele quando quisesse. Mas acontece que ele estava errado. Ele geralmente vem duas vezes na semana, e umas quatro ou cinco vezes na semana, sem falha, eles jantam após ele terminar de trabalhar, e então dorme no seu dormitório nos fins de semana.
Ele achou que P’pai poderia se entediar dele e ir embora após ter conquistado-o. Mas não apenas durante as semanas ele espera pela comida ser entregue no seu dormitório, como também espera na frente da sua faculdade. Isso atrai a atenção dos veteranos, pois alguns dias ele tem que se reunir com eles no prédio do conselho estudantil.
Além disso, Phi Pai ainda aparece com frequência para ajudá-lo, sem mencionar que suas habilidades melhoraram. Ele corta os papéis sem estragá-los, ele conhece todos os materiais, se Sky pedir qualquer coisa, então irá ajudá-lo a encontrar e entregar para ele. Mas a coisa mais importante é… ficar sem fazer nada.
Quando ele foi questionado, P’Pai riu e disse com uma expressão engraçada:
— …Vamos dar uma boa noite de sono para Sky, antes de conversarmos sobre isso. Vendo-o ficar sonolento desse jeito, estou com medo de perder a sua confiança.
Mas o que o silenciou foi provavelmente o tom de preocupação em sua voz, com a mão acariciando sua bochecha.
— Durma um pouco.
***
Agora Sky queria perguntar se ele não tinha um dia de folga.
Porque se ele o visita todos os dias, ele não fica cansado? Mas ele só pôde manter a boca fechada e aceitá-lo sem alvoroço quando Pai apareceu numa tarde de sábado e o abraçou apertado, mas ainda o perguntou diligentemente:
— Você não tem nenhum trabalho urgente, tem?
Sua voz é rouca, mas ele ainda está disposto a soltá-lo se ele disser que tem.
Nesse momento, mesmo que ele tivesse uma avaliação urgente, Sky é quem iria querer adiar, porque ele só quer responder ao seu toque e a sensação de queimação.
Acontece que é Sky quem fica esperando por Prapai. É Sky quem o quer. É ele quem quer que Pai o abrace apertado. É ele quem fica esperando por Prapai a semana inteira. O fato é que ele não quer fugir. Ele quer se aproximar ao ponto de enlouquecer.
***