Love Sky - Capítulo 11
Pelo exterior, Prapai pode parecer uma pessoa festeira que supostamente sai para curtir todos os dias, mas esse cara é na verdade um viciado em trabalho. Ele é um funcionário que trabalha na empresa com determinação e nunca pensou em se aproveitar dos seus privilégios de ser o filho do CEO. Ao contrário, ele se esforça tanto que ninguém pode dizer que ele usa as conexões do pai.
Mas ultimamente o funcionário modelo não parece estar tão focado assim. O motivo está no celular que não está muito distante dele. Prapai olhou para o aparelho pela milionésima vez hoje. Ele segura o dispositivo e abre o aplicativo de conversas para verificar se há alguma resposta sobre uma mensagem que ele enviou mais cedo.
[Bom dia! Já acordou? Eu deixei um negócio pro seu café da manhã…]
E foi ignorado pela outra pessoa.
Sky nem abriu para ler, então Prapai não pôde deixar de suspirar.
“Eu juro pela minha vida, eu nunca persegui ninguém por tanto tempo, essa é a primeira vez.”
Normalmente, quando ele percebia que não tinha esperança, ele recuava para poder encontrar um novo alvo. Mas ele não tinha a mínima ideia do porquê estava tão atraído por esse pirralho terrivelmente teimoso, fazendo-o quebrar um recorde que nem existia. Mesmo quando ele era ignorado, os cantos da sua boca levantavam ligeiramente, e ele escolhia enviar uma nova mensagem.
[…Eu sinto tanto a sua falta…]
Sky o fez passar por novas experiências. Ele foi um enfermeiro, um escravo, aquele que fornece a comida e o peixe para ele comer, e também aquele que foi expulso da cama para dormir no chão. Isso não o incomodou, exceto pela dor nas costas quando ele acordou na manhã seguinte e que ainda persistia.
E ao invés de fazer alguém se preocupar com ele, a primeira frase de Sky foi: “Já amanheceu, você já pode ir pra casa!”
Frio, mas também doce.
Quão doce isso é? A pessoa que o expulsou poderia ter levado-o para tomar café da manhã também.
Recentemente, Prapai sentia que estava ficando mais próximo do garoto. Sendo honesto, ele estava com dificuldades para focar. Quando ele termina de trabalhar, vai rapidamente entregar a comida e a pendura na porta de entrada do quarto de Sky. Quando vai embora, um sorriso surge no seu rosto e a fadiga do dia desaparece completamente.
Até a sua irmã disse que ele andava agindo estranho esse tempo todo, porque ele estava voltando pra casa todos os dias. Ele normalmente fica no seu condomínio e sempre leva alguém com ele. Mas dessa vez ele está sendo um bom garoto e sempre volta para casa para ver os rostos dos seus pais.
Até sua mãe adora e elogia o motivo do seu comportamento calmo.
— Eu devo ter uma nora. Seria possível pensar que você encontrou alguém nesse país que conseguiu te controlar?
— Eu não estou sob o controle de ninguém. Disse ele. Mas sua mente sabe melhor do que ninguém.
[Ding]
O homem trabalhador levantou da cadeira, deu passos largos até a cozinha para tomar um café naquela tarde sonolenta. Seu celular exibia mensagens curtas e densas, tipo… Viva!
[— Você não está trabalhando?]
Quando ele o contactou, a pessoa do outro lado parecia cansada, mas isso fez o ouvinte sorrir.
[— Eu sempre tenho tempo para Sky.]
[— Eu devo acreditar nisso?]
“Um dia a minha paciência irá se esgotar completamente!”
Prapai se sentiu mal por ele. Ele sentia que o garoto já tinha dito isso tantas vezes que não acreditava nele. Então Pai secretamente se perguntou se ele já havia sido traído antes. Por que é tão difícil para ele acreditar em outras pessoas?
Mas está tudo bem por enquanto. Ele apenas aceitou a ligação sem cortá-lo.
— Isso é tão frio da sua parte. Eu irei até aí.
— Você não precisa vir.
— Que horas eu devo chegar?
O homem alto prendeu a risada até que seus ombros sacudissem, só para ouvir a pessoa do outro lado da linha respirar fundo. Mas ele iria até lá, nada poderia impedi-lo.
— Você quer comer alguma coisa em especial? Eu irei comprar alguma coisa. O que devo levar? Comida tailandesa, ocidental, chinesa, vietnamita, francesa? Apenas escolha uma que esse Phi aqui irá levar até o seu quarto. Ele ofereceu e esperou pacientemente pela resposta. E a resposta não o desapontou.
— Então você pode comprar a comida lá em Pequim nesta noite. Eu vou te falar o que eu quero comer mais tarde. Isso é tudo. Eu tenho que continuar estudando.
Então ele desligou a ligação, deixando a pessoa do outro lado rindo alto. Seus lindos olhos brilhavam de felicidade. Ele parou de se questionar sobre o motivo de gostar tanto de o incomodar.
“Estou viajando pra China hoje.”
— Isso é melhor do que ser jogado à morte.
Prapai estava flertando com Sky há um mês, mas ainda não tinha conseguido um beijo, mas hoje houve algum progresso. Sky foi de usar os seus olhos para expulsá-lo para mandá-lo viajar pro exterior. Então ele concluiu que hoje a noite iria levar comida chinesa. Será que tem algum restaurante que possa entregar imediatamente a comida assim que ele terminar de trabalhar?
— Oh, P’Pai, você também veio pra cá para fazer uma pausa?
“Não, eu só irritei um cara”. Prapai respondeu apenas no seu coração, então se virou para olhar para a garota bonita que sorria docemente.
— Você veio tirar uma pausa?
— Sim, eu vim para fazer um café. Você quer que a Kul faça para você? A garota ofereceu com entusiasmo, vendo que a mão dele segurava apenas um celular.
Inicialmente Prapai se atraiu pela mulher atraente, mas como ele mantém a vida pessoal e a profissional separadas, ele a ignorou. Os olhos da moça claramente demonstravam interesse por ele, mas dessa vez isso não o provocou.
— Phi Pai, você poderia me ajudar a pegar o copo que está ali em cima?
Ele não achou que o copo estava alto demais para que ela não conseguisse alcançar. Mas o jovem atendeu ao seu pedido de bom grado, caminhou atrás dela e pegou o copo que ela pediu. Prapai abaixou a cabeça para olhar para os olhos tímidos da jovem. Ela não se moveu nem quando ele foi se aproximando.
— Ah! P’Pai!
[Ding]
De repente o seu celular tocou e Prapai deu um passo para trás. Ele segurou e olhou tão rápido para o aparelho que Kul ficou perplexa. Ela ficou ainda mais chocada quando o homem lindo sorriu largamente. Seus olhos não conseguiram esconder a sua empolgação. Então ele colocou o copo na mesa com indiferença.
— Eu não quero mais o café. Estou indo. Então Prapai saiu como se não tivesse ninguém no local, porque…
[Eu quero comer ovos cozidos.]
Chegou uma mensagem da pessoa que o havia mandado comprar comida chinesa lá em Pequim! O jovem sabia que ele estava muito sério. Apenas no fato do garoto enviar uma mensagem para ele dizendo o que queria comer, fez Prapai sorrir loucamente. Ele esqueceu dos olhos puxados da mulher que estava com ele. Ele esqueceu sobre tudo que precisava fazer na empresa. Ele esqueceu de manter a sua sanidade. Ele só imaginava o quão fofo um certo alguém era.
Quem quer que diga que Sky é malvado, ele irá argumentar que isso não é verdade. Ele ainda foi gentil o suficiente para responder às suas perguntas.
“Essa fofura dele vai realmente me enlouquecer, huh?!”
— Certo, eu vou dirigir até encontrar alguns deliciosos ovos cozidos para você.
***
Se Praiphan o visse, ela provavelmente iria chutar o seu joelho, apontar para o seu rosto e dizer “Phi Pai, você não deveria estar fazendo isso de novo!”
Prapai passou quase duas horas dirigindo para comprar os famosos ovos cozidos chinês. Então dirigiu até o dormitório de Sky que ficava do outro lado da cidade, parou para pegar uma chave emprestada com P’Joy, dizendo que ele queria fazer uma chave reserva.
E andou até o terceiro andar, onde estava o seu local de destino.
[Toc-toc. Toc-toc]
Valeu a pena essa longa jornada para comprar a comida. Só de olhar para o garoto que abriu a porta, sua fadiga desapareceu completamente. A pessoa alta e esbelta estava usando um short curto com uma regata clara, exibindo seus braços e pernas. Seu cabelo estava bagunçado, mas ele não parecia um maltrapilho. A coisa mais interessante era o seu rosto sonolento, mas ele ainda deu um leve sorriso e disse:
— Você chegou, Phi!
“Parecia que ele estava esperando por mim.”
— Eu cheguei. Eu comprei ovos cozidos e também a famosa barriga de porco com caranguejo frito picante.
Prapai ergueu a sacola de comida para que ele pudesse ver a logomarca do restaurante, e Sky a pegou.
Ele não sabia se isso era por causa da comida deliciosa ou porque Sky já estava acostumado com Prapai invadindo o seu espaço pessoal. Mas o garoto se virou e pegou os pratos e as tigelas, deixando-o entrar no quarto e fechar a porta.
“Você não pode apenas confiar em mim desse jeito. Eu posso te atacar.”
Sky: [Boceja]
— Você dormiu um pouco?
Essa ideia desapareceu da sua mente quando ele viu Sky abrir a boca para bocejar, enquanto esfregava os seus olhos. Sky já estava recuperado. A febre foi embora e sua voz voltou ao normal, mas o homem alto não pôde deixar de se sentir preocupado.
Quando Sky pegou a comida da mão dele sem dizer uma palavra, ele arrodeou e se sentou na cama. Prapai o observou tentando abrir a embalagem da comida com as unhas curtas por alguns minutos, mas ele não conseguia mais aguentar.
Pai andou na sua direção, serviu a comida na tigela e pôs a colher e o garfo sobre a mesa. Os olhos de Sky se fecharam.
— Eu não dormi na noite passada.
— Então, o que você estava fazendo? Prapai perguntou, apesar dele já imaginar qual era a resposta.
— Eu finalizei minha avaliação para poder entregar ao professor nessa manhã. Eu fiquei com medo de não acordar no horário, então eu fui pra universidade sem dormir. Eu tirei um cochilo na sala.
Sky explicou, balançando a cabeça para espantar a sonolência que o dominava e quase o fazia adormecer. Depois pegou o ovo cozido com a mão e pôs em cima do arroz. Após ver isso, Pai sabia que Sky não estava no clima de aproveitar aquela comida deliciosa como ele esperava. Mas o jovem não estava desapontado.
Desde o início, sua intenção era vir para comer e brincar com o garoto. Agora ele tinha que impedir que a cabeça dele afundasse na tigela de arroz.
— Coma um pouco de carne também. Prapai pegou a coxa de porco macia e suculenta em seu prato, observando o proprietário do quarto pegar o arroz e comer sem alarde.
— Isso está ótimo.
O ouvinte sabia que Sky não estava em condição de sentar e degustar os ovos cozidos, a perfumada coxa de porco com muitos temperos saborosos, ou o caldo de carne de caranguejo fresca e frita. Mas ele não se importou e apenas sorriu afetuosamente.
— Eu comprei bastante. Quando você tiver descansado, levante e coma de novo.
Sky assentiu em concordância. Após terminar de comer, Prapai pegou o seu prato.
— Vá escovar os dentes e depois vá pra cama. Eu vou lavar os pratos.
O jovem pegou o prato vazio de Sky e o empilhou no seu prato. Ele recolheu as sobras do arroz e colocou na geladeira. Mas quando se virou para pegar o copo vazio, a pessoa que ele mandou escovar os dentes estava deitada no chão, parecendo que poderia pegar no sono a qualquer momento.
— Durma um pouco, Sky.
A outra pessoa balançou a cabeça em resposta, então virou a cabeça em direção da cama, fazendo Pai rir.
“Eu gostei disso!”
— Vem aqui. Prapai foi direto até a pessoa sonolenta, que tentava se contorcer no chão. Ele o segurou em seus braços e o carregou para dormir na cama. Ao tocar no colchão macio, ele agarrou o cobertor e o segurou com força. Então se aconchegou no travesseiro macio e fechou os olhos felizes.
Sky estava com tanto sono que nem tentou afastar a mão que acariciava a sua cabeça. Se você perguntasse a Prapai se ele estava desapontado ou não, a resposta seria sim, é claro.
Ele dirigiu em seu carro para comprar comida e veio vê-lo, mas não só ele não terminou de comer a comida que Prapai trouxe, como também dormiu antes deles terminarem de conversar.
Porém, vendo o quão cansado o garoto estava, ele não pôde ficar com raiva. Ele só podia acariciar o seu cabelo macio.
— Você está com tanto sono que adormeceu desse jeito. Eu estou aqui, mas você nem se despediu de mim.
Nesse momento, Prapai se sentiu culpado por repreendê-lo, ignorando o conforto do garoto.
— Eu ainda não dormi.
A pessoa que ele pensava que estava dormindo abriu os olhos e continuou falando baixinho:
— P’Pai disse que estava vindo, então eu tentei não dormir, senão você não seria capaz de entrar no meu quarto.
“Uau!”
Os olhos de Pai se arregalaram, ele olhou para a pessoa que fechou os olhos novamente. Ele não tinha certeza se ouviu errado ou não. Além disso, a voz do orador estava ficando cada vez mais fraca, até que ele teve que inclinar a cabeça para ouvi-lo com atenção.
— Se eu caísse no sono, iria levar um bom tempo para acordar. Você disse que estava vindo, então eu achei melhor abrir a ponta primeiro e depois ir dormir…
O final da frase foi quase inaudível, junto com o som da respiração, o que mostra que a pessoa sonolenta adormeceu.
Sky disse que após voltar da universidade, ao invés de voltar para a cama, ele se recusou a dormir e ficou esperando por ele? Só porque ele ligou e disse que estava vindo, ele estava com medo de que Prapai não conseguisse entrar no quarto?
Embora ele tenha insistindo em vir e forçado-o a decidir o que comprar para comer, o garoto não dormiu ou o ignorou. Ele ainda estava esperando por Prapai, e apenas quando ele chegou, o garoto adormeceu.
— Eu não consigo mais aguentar. Prapai rosnou baixinho.
Sky normalmente é frio, mas quando ele deixa de ser assim, isso faz com que o coração do homem quase exploda. Agora o corpo de Pai agiu mais rápido do que o cérebro. Quando ele percebeu, já estava abraçando o garoto com força, pressionando o rosto de Sky contra o seu pescoço. Ele não pôde deixar de esfregar a sua bochecha contra a bochecha macia de Sky, sentindo o calor da sua pele.
Mas isso não era o suficiente. Ele queria, do fundo do seu coração, punir o garoto bonito.
[Beija, beija]
Quando a pessoa adormecida inclinou a bochecha para escapar, enterrando profundamente o rosto no travesseiro, Prapai pressionou o seu nariz contra a sua bochecha macia.
“Agora, quem quer que diga que é patético ver o garoto dormindo, eu irei admitir. Bem, ele é um cara bonito… até ele mostrar as suas presas.”
— Tenha bons sonhos, eu não vou mais te incomodar.
Prapai ainda estava insatisfeito, ele ainda queria provocar a pessoa que estava dormindo na cama. Não afastando as suas pernas e se colocando entre elas. Ele só queria abraçar e beijar o garoto, fazendo Sky olhar para ele com os olhos bem abertos. Mas como não podia fazer isso, ele apenas sussurrou em sua orelha numa voz amorosa, tocou novamente a ponta do nariz na sua bochecha e se levantou.
“Já chega por hoje.”
Seus olhos ferozes encaravam a pessoa dormindo feliz na cama, ele puxou gentilmente o cobertor até os ombros dele, sorrindo. Quando ele está acordado, ele é muito frio e apático, mas quando está sonolento, é muito fofo e inocente.
Prapai sabia que a natureza verdadeira de Sky era ardente e ele quer ser a pessoa que o conquistou.
Portanto, correr para entregar suprimentos era o mínimo que ele podia fazer. Ele estava pronto para fazer mais do que isso, mas agora…
[Beija]
— Sonhe comigo.
O jovem beijou a sua testa, abençoando-o, então pegou o celular e tirou uma foto, desligou a luz e saiu do quarto, deixando o garoto sonolento descansar completamente.
“Hmmm!”
Já houve um dia em que Pai se sentiu contente em apenas conseguir algumas fotos?
***
Aphros: “Olá, há quanto tempo você ficou aqui esperando?”
Prapai: “Eu cheguei um pouco cedo.”
Prapai, que estava sentado e encarando a foto no seu celular, desviou o olhar da foto do garoto com os olhos fechados sobre o travesseiro. Ele olhou para a pessoa que veio dar batidinhas no seu ombro. Ele colocou o celular de volta no bolso quando a outra pessoa se moveu para se sentar perto dele.
Hoje o jovem não estava brincando com o cara que estava ocupado com a universidade, mas estava com o seu tio biológico na cobertura do bar de um dos maiores hotéis.
Pai: “Ah, você ainda está incrível como sempre.”
Aphros: “Não tanto quanto você.”
Prapai riu sabendo que não era verdade, ele se destacava ainda mais do que ele. Aphros é o seu tio, o único irmão do seu pai. Eles têm uma diferença considerável de idade, então ele é mais como o irmão mais velho dos outros três irmãos, ao invés de ser o tio deles.
Prapai andava ocupado trabalhando na empresa do pai e Aphros andava ocupado com o seu próprio trabalho. Contudo, eles raramente se viam ultimamente, isso não enfraqueceu o vínculo deles de forma alguma. Ele ainda estava tão bonito quanto antes, fazendo alguém tão confiante quanto Prapai erguer a bandeira branca.
Nesse ano, Aphros está com 38 anos, mas não parece que ele está prestes a ser um homem de meia idade. Ninguém iria acreditar nisso, porque seu rosto parece mais jovem do que a sua idade. Seu corpo alto e forte ainda está em boa forma, não muito diferente de quando ele era mais jovem. Ele também usava um jeans escuro e uma camisa longa, isso torna ainda mais inacreditável o fato dele ter 30 e poucos anos.
Ele tem essa aura solene e respeitosa que dizia que Aphros não é alguém que você pode julgar pela aparência. A melhor evidência pode ser vista a partir de vários pares de olhos que observavam-os com interesse. Provavelmente mais da metade estava olhando para ele.
Pai: “Ah, por que você me ligou?”
Aphros: “Eu preciso ter algum motivo para poder te ligar?”
Aphros levantou uma sobrancelha, causando risadas no seu sobrinho.
Pai: “Se você quer ver os rostos dos seus sobrinhos e sobrinha, é só ir lá em casa.”
Prapai disse conscientemente, olhando para o homem que recebeu uma bebida do garçom. Então ele tomou um gole lentamente e deixou o silêncio cercá-los por um momento, dando uma sensação de pressão. Mas isso era para os outros, não para o seu sobrinho que conhecia o seu tio muito bem.
Aphros: “Hum, eu tenho uma coisa pra te contar.”
Isso significa que ele veio vê-lo para se consultar sobre algo, antes de dizer qualquer coisa em casa.
Aphros: “Então, como você está? O garoto é fofo.” Ele disse seriamente, não querendo entrar no assunto ainda. Mas Pai acenou com a cabeça para o celular no seu bolso, percebendo que seu tio o viu sentado e encarando a foto do garoto por alguns minutos. O sobrinho sorriu.
Pai: “Não apenas fofo, mas muito fofo.”
Aphros olhou claramente para ele e Prapai não escondeu a sua atração pela pessoa da foto.
Pai: “Praiphan não te ligou para falar sobre isso?”
O jovem disse que não conseguia acreditar nisso, porque apesar do seu tio não morar com eles, sua irmã mais nova deve ter ligado para ele para reportar. Isso fez o ouvinte sorrir, inclinar a boca e balançar a cabeça em sinal de concordância.
Aphros: “Me diga que você está sério quanto a isso.”
Pai: “Tanto faz.”
Prapai levantou sua bebida e deu um gole, sem imaginar que tão cedo chegaria o dia em que iria contar ao seu tio que estava levando alguém a sério.
Aphros: “Oh, você sabia que ontem Plueng me ligou e pediu para reservar um quarto no hotel para ele?”
Aphros o atualizou sobre o último caso do seu irmão do meio, até que Prapai usou os olhos ao invés de perguntar.
Aphros: “Ele ligou dizendo que realmente ama esse cara, então me pediu para reservar um quarto pra ele porque só poderia ficar até hoje. Eu acho que ele conseguiu.
Pai: “Você mimou Plueng demais, aquele bastardo.Você mimou todas aquelas crianças.”
Aphros: “Eu irei mimar todos vocês até que o meu irmão me proíba disso.”
O sobrinho mais velho se acabou de rir porque isso era verdade. A parte em que os três sobrinhos foram mimados foi porque eles tinham um tio jovem que os apoiava. Assim como Plueng, ele também ligou para o seu tio pedindo para o ajudar a reservar um quarto no hotel para levar um homem para lá. E seu tio também fez o mesmo por ele.
Mas o que ele pode fazer? O irmão do meio é o seu sobrinho favorito.
Aphros: “Mas você está feliz.”
Prapai parou de rir, olhou para a outra pessoa sem se mover. Então suspirou exausto.
Pai: “Vocês brigaram de novo?”
O ouvinte esvaziou seu drink e disse simplesmente:
Aphros: “Eu vou me divorciar.”
Prapai fez uma pausa, mas assentiu.
Pai: “Foi o que eu pensei.”
Prapai pensou em seu tio e na mulher com desaprovação. Ele não achou que eles ficariam juntos por tanto tempo, mas eles já estavam casados há sete anos. Isso era muito mais tempo do que os três sobrinhos achavam.
Não é como se seu tio fosse louco, mas ele andava tão desiludido com o amor que não se importou com quem casou, as pessoas eram todas iguais. Ele foi punido pela mulher que apenas se importava com o dinheiro do seu tio e com o trabalho. Aphros andava afastado da cama dela há muito tempo, por que ele não sabia disso?
Como ele não a ama e não há a menor possibilidade de amá-la, o divórcio não importa. Ele está cético de que dessa vez será capaz de oferecer dinheiro o suficiente para ela concordar com o divórcio.
Quando eles se casaram, ela gritou com o seu tio, dizendo que tinha desistido, e disse para a mãe dele que se ela não fosse cautelosa, ela ficaria sem dinheiro.
Pai: “Era isso o que você não podia me contar mais cedo lá em casa?”
Aphros: “Hum, eu estava pensando em como contar ao Plueng.”
Prapai se virou e riu. A princípio, ele pensou que o seu tio estava preocupado em pedir o divórcio, mas não, quando ele pediu para vê-lo para pedir um conselho, era porque… queria saber como contar ao Plueng?
Dentre os três sobrinhos, Plueng era o mais próximo de Aphros. E é claro, quando ele dissesse que iria se divorciar e voltar a ser solteiro, seu irmão iria chorar e se preocupar com ele, sem fazer mais nada da vida.
Pai: “É por isso que eu digo que você mimou demais o Plueng.”
Aphros: “Bem, ele é o meu sobrinho querido.”
Aphros coçou a ponta do seu queixo e riu levemente.
Aphros: “Eu só queria dizer que após isso, Jan irá para sua casa mais algumas vezes. A propósito, você pode cuidar disso?”
Ir para casa poderia significar fazer um escândalo.
Pai: “Sim! Eu vou só avisar a Phan para se preparar para a guerra.”
Aphros não podia negar que ao ter uma ex-esposa, a palavra que ele deveria usar era guerra.
Pai: “Espera um minuto.”
O jovem pegou o telefone e viu seu tio assentir com a cabeça, mas assim que olhou para o número na tela, os seus olhos brilharam. Era o garoto fofo.
Pai: “Você sentiu a minha falta, Sky?”
Prapai está brincando, mas a pessoa do outro lado…
Sky: “P’Pai, por favor venha pra cá!”
O jovem de pele bronzeada se levantou imediatamente em estado de choque quando a ligação foi encerrada. Além disso, quando ele ligou de volta, Sky não atendeu. Pelo que ele pôde dizer, estava claro que a voz dele estava tremendo, como se ele estivesse chorando.
Pai: “Desculpa, tio. Surgiu uma emergência. Eu preciso ir.”
Após dizer isso, ele rapidamente deu passos largos para fora do bar com impaciência, sem se importar se o seu tio assentiu ou não. Ele estava preocupado com a pessoa que ligou pra ele. Talvez ele estivesse doente ou tenha caído no quarto, ou algo assim!
Quanto mais ele pensava nisso, mais rápido o seu coração disparava, mais nítido seu rosto ficava e mais séria era a sua tensão. Seus pés rapidamente o empurraram para dentro do carro “Por favor, não deixe nada acontecer com ele.”
***
[Bang, bang]
— Sky, abra a porta pra mim!
Prapai ignorou as boas maneiras assim que parou em frente ao quarto de Sky, batendo na porta com força, gritando alto, se preocupando com a pessoa dentro do quarto. Ele ficou ainda mais chocado quando o dono do quarto abriu a porta com o rosto pálido.
As batidas no seu coração aliviaram um pouco o medo que ele sentia, porque pelo menos a pessoa que o ligou conseguiu abrir a porta.
— O que há de errado? Você está bem?
As suas mãos agarraram as bochechas do garoto, virando-as para a esquerda e para a direita, examinando-o com os olhos e observando as coisas ao seu redor.
— O que há de errado com você? Venha, venha, se apresse.
O choque se transformou em uma instância ainda maior quando Sky retirou as suas mãos do seu rosto e o arrastou para dentro do dormitório.
Com um movimento impotente, ele olhava ao redor do quarto, procurando pelo motivo do porquê o garoto estar se comportando de maneira estranha. Mas o quarto parecia ainda mais bagunçado do que antes, fazendo-o franzir a testa.
— Certo, qual é o problema?
Prapai não pensou que Sky iria ligar para ele se houvesse alguma outra pessoa para ele ligar. Talvez não. Nada era previsível com essa pessoa. O dono do quarto não o respondeu. Ao invés disso, ele o arrastou em direção a pilha bagunçada de materiais, empurrando os seus ombros para fazê-lo sentar. Apesar de estar surpreso, o homem concordou em se sentar, observando Sky correr pela sala. Ele pegou algum tipo de modelo que tinha acabado de finalizar e o colocou ao lado de Pai, então disse num tom sério:
— Olha, cole o papel nessa direção. Não dobre-o. Se apresse, estou ficando sem tempo.
— Ah… sim… o quê?
— Por que você está olhando para o meu rosto? Olhe para as minhas mãos. Aqui. Você precisa olhar pra cá!
Quando Sky exclamou, ele apontou para a amostra em sua mão. Pai teve que se abaixar e observar a demonstração do garoto de rosto feroz. Ele estava descrevendo a estrutura do que estava sendo criado. Como ele não tinha entendido nada, ele não fez nada…
— Certo, agora você faz isso. E tenha cuidado, o prazo é até amanhã.
“Ele me ligou… pra se aproveitar de mim.”
A pessoa que deu as ordens para ele sentou-se sério e usou o computador, olhando para o que parecia ser uma estrutura tridimensional na tela. Deixando Pai com uma estrutura de um modelo imprevisível e ele não tinha a menor ideia do que isso iria parecer quando estivesse tudo pronto.
— Espera um minuto. Me diga, Sky, você está pedindo a minha ajuda?! Quando ele organizou seus pensamentos, ele perguntou alto.
— Sim, me ajude. Eu não vou conseguir fazer a tempo. Ao meio-dia, o professor ordenou que outra avaliação fosse enviada até amanhã. E tem trabalho de uma outra matéria que eu preciso enviar até amanhã. Eu não tenho tempo. Phew. Já são 5 horas. Posso dormir?
Sky olhou para o relógio e gemeu com tensão, mas Prapai estava ainda mais estressado. Ele está sobrecarregado com o trabalho. Do caminho do bar do hotel até o dormitório, Pai estava muito preocupado com a pessoa que o ligou. Mas Sky não deu explicações além de falar para ele vir pra cá com uma voz trêmula.
E agora o jovem admite que apesar de ser uma pessoa indiferente, ele está com raiva. Ele está tão irritado que sua voz, que normalmente tem um tom brincalhão, agora falava com aborrecimento e frustração:
— Sky me pediu para vir aqui ajudá-lo com o trabalho dele? Está bem. Eu sei que você só me vê como um psicopata que quer brincar com você, mas você parou para pensar sobre como eu iria me sentir? Com o quão preocupado eu iria ficar? Tudo isso para uma avaliação que você precisa entregar amanhã ao professor?!
Prapai estava furioso, cheio de raiva porque Sky o assustou. Seus olhos brilhantes encaravam o garoto que virou a cadeira para olhá-lo com surpresa também.
— Eu…
Quando Sky mordeu o lábio com culpa, ele e seus olhos brilhantes ficaram em silêncio por um tempo, até que o homem mais velho fechou os olhos para se acalmar.
— Certo, seu garoto maluco. Você precisa entregar até amanhã, correto?
“Droga! Estou muito irritado, mas farei isso assim mesmo.”
Ele não sabia o quanto conseguiria ajudar, porque as suas mãos ainda estavam tremendo de raiva.
— Phi Phai.
— Eu tenho que me apressar, certo?
O garoto se moveu para a beirada da cama ao lado dele, inclinou-se ligeiramente, mas o jovem apenas perguntou em uma voz sombria sem tirar os olhos do papel em sua mão. Então ele quase cortou o papel quando…
— …!
Sky segurou sua bochecha e gentilmente deu um beijo em seus lábios. Os olhos de Prapai se arregalaram de surpresa, e ele viu aquele rosto a alguns centímetros de distância. Ele até podia ver os detalhes dos seus cílios espessos e suas bochechas brancas. Pai sentiu os dedos de Sky segurando sua mandíbula. Sky afastou os seus lábios ligeiramente e deu um beijo mais intenso, colocando sua doce língua dentro da sua boca.
Era macia, fofa, doce, e o fez esquecer de tudo.
— Hmmm.
A pessoa usando a língua deu um gemido fraco, mas antes que Prapai pudesse corresponder, a pessoa que o beijou e fez o seu rosto corar, se virou. Então Sky falou nervosamente em um tom suplicante:
— Desculpe, mas me ajude.
Sim, Prapai estava com raiva, mas quando ele ouviu isso, só conseguia ouvir a sua própria voz dizer…
— Certo.
E então abaixou a cabeça para fazer o que foi-lhe ordenado. Sua raiva desapareceu com o sorriso de alívio de Sky.
“O quanto você está disposto a sacrificar por Sky?”
Essa é a pergunta que ele tem feito a si mesmo, e ele ainda não se atreveu a encontrar uma resposta.
***