Love Sky - Capítulo 07
A luz solar irradiou pelo quarto quando Pai foi até a varanda, acordando a pessoa que estava dormindo porque tinha tido uma febre. Ele se moveu um pouco e tentou abrir as suas pálpebras pesadas, sentindo dor por todo o corpo. E ele também não tem muita força para se sentar, ele apenas se moveu lentamente, relembrando de tudo o que tinha ocorrido enquanto ele estava em transe.
Pai: “Tchau, Pai. Você está tão velho que está difícil demais conseguir me comunicar com você.”
Mas o que o acordou do seu sono implacável não foi o sol escaldante, mas a voz de uma conversa, embora ele estivesse falando baixo, ainda chegava aos seus ouvidos… a mesma voz suave que ainda ecoa nos seus ouvidos.
“Se acalme. Bom garoto.”
“Sou eu. Como você está se sentindo?”
“Eu estarei ao seu lado.”
Em seguida, fragmentos de memórias borradas.
— Por quê? Se eu estou doente? Oh! Minha garganta está doendo demais… não vou mentir para você. Certo, eu vou te falar a verdade. Meu namorado está doente, pai. Me deixe tirar alguns dias de folga. Eu não estou vagabundeando com ele por aí. Eu estou falando a verdade.
Sky se virou para continuar ouvindo, mas viu apenas as costas largas da pessoa que vestia uma bermuda de futebol na sua varanda.
— Meu pai tem uma esposa, é tão estranho assim que eu tenha um namorado?
“Ele está mentindo tão descaradamente que nem o pai dele consegue acreditar.” Sky pensou consigo mesmo enquanto estava em meio ao entorpecimento causado pela febre.
— Oh, não fique irritado, pai. Meu pai é uma pessoa tão gentil, ele ama tanto a sua família, ele nunca traiu e não gosta de curtição como eu. Até Aphros namora. Então eu poderia dizer facilmente que tenho um namorado, okay? Todas as coisas ruins em você foram passadas para o seu irmão mais novo. E todas as coisas boas eu peguei do meu pai.
Só em olhar pra ele Sky pôde perceber que Rahu era paquerador. Então qual deve ser o nível desse tal Aphros?
Sky ainda estava desorientado com relação ao que tinha acontecido com ele, mas ele tinha certeza de quem era aquele cara, antes mesmo de se virar para olhar de novo para o seu rosto… P’Pai.
O homem alto parou na frente da porta, então seu rosto pontudo exibiu um sorriso largo.
— Meu diabinho acordou.
Sky franziu a testa.
— O que… [tosse, tosse]
Sky se surpreendeu com a própria voz rouca. Ele tentou se levantar, mas não tinha força o suficiente. Ele só podia olhar para o homem enorme que corria apressado em direção a cama, estendendo a mão para ajudá-lo a se levantar. Mas Sky recusou com as mãos, usando os olhos, ao invés da voz rouca causada pela febre, para dizer-lhe que não precisava fazer isso.
Prapai parou apenas por um tempo, mas continuou com uma expressão triste.
— Seu diabinho, Phi não é uma pessoa tão ruim assim. Ontem eu te abracei a noite inteira, e agora que amanheceu você está me afastando. Você quebrou o meu coração.
“Não fale como se eu tivesse te afastado e terminado com você.”
Sky olhou para aquele rosto triste que rapidamente se transformou em um grande sorriso.
— Você não acredita em mim, mas estou falando a verdade, nós dormimos no braço um do outro a noite toda.
— Não…
De repente…
Naquele exato momento, a pessoa que ainda estava confusa e não conseguia descobrir como o gigante entrou no seu quarto, recebeu alguns vislumbres dos sonhos que teve.
Ele não sabe quantas vezes teve aquele sonho, mas dessa vez, em meio aos pesadelos, ele ouviu uma voz melosa. E quando abriu os olhos viu quem o estava abraçando e confortando.
— Não me solte… me abrace.
Em meio a uma dor brutal que não parava, ele estendeu a mão para alguém ajudá-lo a escapar desse turbilhão interminável. Vendo o seu rosto, ele se aproximou completamente e abraçou com força seu peitoral como se estivesse em um bloco de madeiras flutuantes.
Sky achou que isso era apenas um sonho. Ele realmente não esperava que fosse pedir involuntariamente para aquele cara o ajudar.
“A noite passada não foi um sonho!”
Ele pediu para Prapai o segurar.
Embora seu corpo estivesse fraco e cansado, ele conseguiu puxar o cobertor para cobrir o seu nariz, exibindo apenas os seus olhos vermelhos febris. Seus olhos estavam se mexendo, encarando o homem alto que ainda não tinha se movido, murmurando algo como…
— Você definitivamente é um diabinho.
Ele meio que ainda não entendia, então fez uma outra pergunta:
— Como você conseguiu entrar no meu quarto?
“Essa é a minha voz, certo?”
Sky não estava acostumado com a sua voz rouca e o homem alto teve que inclinar a orelha na sua direção. Seu coração queria mandá-lo se afastar, mas primeiro ele precisava entender o que havia acontecido.
— Oh, eu droguei Nong Sky, fizemos 3 rounds até que você desmaiou. Agora Nong Sky é meu namorado em tempo integral.
Ele não conseguia segurar a risada para as bobagens daquele cara o tempo todo. Mas quando ouviu a sua voz alta, sua cabeça começou a girar, até que ele franziu a testa.
A pesoa que estava sentada na cama sorrindo e olhando-o, pôs a mão na sua testa. Ele não se importou quando Sky tentou se desviar dele.
— Relaxe, bom garoto.
Estranhamente, Sky concordou em se acalmar após ouví-lo em um tom sério:
— Sua febre já passou. Estava realmente alta às 4h, então eu te acordei e te dei um remédio. Você se lembra?
Sky balançou a cabeça para o cara que puxou o cobertor para conferir como ele estava, tocou na sua testa, nas bochechas e no pescoço. Ele não tinha forças para resistir, mas mesmo que estivesse incapaz, ele não sentiu nojo com o toque, isso não era nada além do que checar a sua temperatura.
— O quanto você se lembra de ontem?
“Eu só consigo lembrar de você me confortando.”
O jovem devolveu a memória para a sua mente e balançou a cabeça querendo dizer que não lembrava de nada.
Rahu deu um sorriso reconfortante, mas se recusou a afastar a mão da sua testa, então contou a história toda.
Ele só lembrava que Rain o arrastou até o hospital, argumentando sobre não precisar passar a noite toda em observação. Então ele recebeu algumas injeções e dormiu pelo que parecia ser uma eternidade. Até que ele percebeu que o seu melhor amigo havia o confiado a esse cara.
Ele se lembrou de xingá-lo quando se recuperasse. Mas pensando bem, Rain não conhecia a natureza verdadeira desse cara e nem sabia que eles tinham transado.
“Droga, por que eu não fiquei no hospital?”
De repente…
— Ai!
— Não se apresse em levantar.
Sky tentou se levantar da cama, mas o movimento repentino o deu dor de cabeça, o homem alto o empurrou para deitar novamente no mesmo lugar. Mas agora não era hora de dormir.
— Eu preciso entregar uma avaliação.
Ele disse, mas soou mais como um soluço. Ele sabia que não tinha terminado o trabalho. E quanto a reunião da cerimônia dos calouros? Que dia é hoje? Alguém irá substituí-lo? Quanto mais ele pensava nessas coisas, mais impaciente ele ficava. Ele só queria ter forças o suficiente para manusear os clipes de aço.
— Relaxa, Rain ligou nessa manhã e me disse que entregou o seu atestado médico. O professor avisou pra ele que você poderia enviar depois. E quanto a faculdade, seus outros amigos estão te apoiando. Só descanse mais um pouco até se recuperar completamente.
Ele nunca tinha visto P’Pai falando tão sério assim. Mas vendo essa pessoa falando com ele, sua inquietação desapareceu ao ponto dele voltar a dormir profundamente. Ainda assim, ele não hesitou em argumentar:
— Os documentos…
— Eu sei que você foi é o responsável pelas papeladas, mas cuide-se em primeiro lugar!
Embora essa fosse a sua responsabilidade, Sky concordou de repente…
“Droga!”
Isso era o que ele pensava. A pessoa que estava acumulando cansaço ao longo das últimas semanas fechou os olhos novamente, querendo dormir por um longo tempo.
— Não durma ainda, levante e tome o remédio.
— O quê…?
— Não seja teimoso, não resmungue, não reclame, e eu não quero ouvir “Eu não estou com fome”, está bem?
Sky continuou em silêncio, mas semicerrou os olhos para a pessoa sorridente que levantou para abrir a geladeira, depois despejou um pouco de mingau em uma tigela e rapidamente colocou-o no micro-ondas.
Ele não conseguiu evitar em pensar que um mulherengo como ele também tinha esse lado sério. E o mais engraçado é que esse lado dele fez o seu coração balançar.
“Não, isso é só porque eu estou doente.”
— Venha, irei te ajudar.
“Sim, é porque eu não estou me sentindo bem.”
Não foi porque o gigante veio até ele, o ajudou a se apoiar na cabeceira e trouxe uma tigela de mingau e colocou na sua perna.
— Você quer que eu te alimente?
E nem porque essa pessoa se ofereceu para alimentá-lo com uma expressão tão séria.
— Acabei.
Ou porque ele não se importou em limpar sua boca após ele ter terminado de comer.
— Tome o seu remédio.
Muito menos porque essa pessoa entregou os seus remédios com um copo d’água.
— Eu acho que você iria melhorar se agora você dormisse e descansasse.
Não foi porque aquele homem o embrulhou no cobertor e deu tapinhas até que ele pegasse no sono.
Sky só estava doente. Isso não significa que o seu coração começou a ficar fraco por esse homem que estava sendo tão gentil.
“Rahu apenas se aproveitou da sua fraqueza para amolecer o seu coração. Não se esqueça dos pesadelos que você anda tendo todas as noites, Sky. E oh, meu pobre coração, você poderia se acalmar só um pouquinho?”
***
— Eu posso fazer isso sozinho.
— Você acabou de acordar e ainda está cambaleando.
“Bem, meu coração está acelerado agora porque ainda estou tendo febre e não porque eu me sinto abalado por essa pessoa!”
Após algumas horas de sono, Sky acordou novamente. Não por causa do som do telefone, do som da digitação da pessoa que sequestrou a sua mesa, ou do som do seu estômago roncando.
O que o acordou foi o desejo que ele praticamente não conseguia resistir, a vontade de fazer xixi. E porque ele estava com muita pressa, ele tropeçou.
O colega de quarto não convidado veio ajudá-lo e perguntou em um tom sério para onde ele estava indo. Sky apenas respondeu em um tom lamentável que ele precisava fazer xixi.
O cavalheiro, a pessoa cuidadosa, é apenas um cara esperto que sorriu em resposta. Sem perguntar ou dizer uma palavra, ele conseguiu levá-lo ao banheiro.
“Droga!”
Agora, ele ainda está ali, tentando tirar sua calça, dizendo-o em uma voz suave que só está tentando ajudá-lo porque ele está doente.
“Sim, porque eu estou doente, eu estou tremendo involuntariamente. Não porque eu estou começando a ter sentimentos por alguém que gosta de tocar o meu corpo.”
— Vá embora.
— Você nem consegue ficar em pé! Se você caísse no banheiro, eu me sentiria tão culpado. Eu estou cuidando de você esse tempo todo.
“Uma noite não conta como um longo tempo.”
Sky não podia ignorar o fato de que a outra pessoa estava cuidando dele a noite toda. Mas isso é uma coisa completamente diferente.
— Eu vou fazer xixi.
— Certo, eu já vi isso tudo, então não precisa ficar com vergonha.
Sem certeza se isso era por causa da febre ou não, o garoto olhou para sua calça e Prapai aproveitou o momento para puxá-la até os seus tornozelos, sem dar tempo o suficiente para ele entrar em pânico.
Sky não podia se curvar ou puxá-la de volta, porque uma mão grossa apenas segurou descaradamente a sua parte de baixo e apontou-a para o vaso.
— Libere tudo, bom garoto.
— Me solte.
— Isso, solte. Eu estou aqui por você.
“Eu quis dizer para você tirar a sua mão daí.”
Sky gritou internamente. Mas a verdade é que ele só podia fazer uma careta de disgosto, porque a dor era tão avassaladora que ele apenas sustentou a sua surpresa quando o outro tocou na sua parte íntima num momento como esse.
Mas a outra pessoa apenas continuou confortando-o, sussurrando em seu ouvido, como se estivesse ensinando uma criança a usar o vaso pela primeira vez.
— Ei, me solte. Ele gritou e soluçou como se não conseguisse mais aguentar.
“Não faça isso, Sky. Se você fizer xixi, não terá nenhum outro lugar para você enterrar o seu rosto ou para onde fugir.”
— Bom garoto. Isso dói, não é? Só deixe sair tudo.
“Não! Quem faria xixi com alguém olhando?”
— Faça isso logo, Sky.
“Ooh!”
— Haa…
Sky só podia levantar as mãos para cobrir o rosto, perdendo toda a sua dignidade, ouvindo o som do líquido caindo no vaso. Ele se apoiou no homem alto que estava cantando louvores no seu ouvido, então Prapai se agachou e subiu sua calça.
Sem mencionar que ele também ajudou-o quando ele disse que precisava lavar o rosto. E quando voltaram para o quarto, não havia mais nada que Sky pudesse fazer a não ser subir na cama.
Talvez ficar nu na rua fosse menos embaraçoso do que isso.
— O que o Sky tem é tão fofo.
Bem… se P’Rahu pudesse guardar essas coisas para si, seria ótimo. Mas o cara brincalhão não iria parar de provocá-lo até que ele conseguisse alcançar um travesseiro e arremessasse no homem alto.
— Você está com vergonha? Qual é, Nong Sky. Não fique assim, você é tão fofo.
Não foi o suficiente para Prapai só dizer isso, ele também foi até a beirada da cama para acariciar seu cabelo sobre o cobertor macio, encarando-o gentilmente. O quão fofo isso seria se não fossem pelas falas embaraçosas e pela sua risada?!
“Nessa vida, eu tenho certeza de que ele nunca beberia ou bateria em alguém. Mas por que ele tem que falar e irritar uma pessoa doente?”
Sky tem certeza de que os sentimentos bons que ele teve quando acordou foram apenas uma ilusão. Após Pai acariciar a sua cabeça e rir por um tempinho, o garoto saiu de debaixo da coberta e deu um olhar condescente para esconder o seu constrangimento, depois encarou-o friamente.
— Eu já te falei que te odeio?
Se você pensou que iria ver uma cara triste, então está enganado, porque Prapai sorriu com seus olhos brilhantes. Não só isso, ele também se inclinou para que o enfermo não pudesse escapar. Ele usou as duas mãos para segurar as bochechas de Sky, então ele não iria se afastar. Ele usou os seus lindos olhos cor de mel para dar-lhe um olhar significativo. Então sussurrou suavemente:
— E eu já te falei que gosto de você?
— …Eu não quero saber.
Mas a pessoa que não queria saber se virou e se escondeu, junto com as suas orelhas vermelhas.
“Eu estou queimando de febre, sim, de febre.”
A pessoa que estava encarando-o sorriu, mas sem saber que ele estava corando.
— Você já sorriu o suficiente. Estou indo dormir.
— Durma um pouco. Eu não irei te impedir de dormir.
— Quem consegue pegar no sono assim?
Ele estaria louco se conseguisse dormir enquanto era observado desse jeito.
— Então agora eu estou dormindo com companhia.
Sky o insultou com os olhos, mas Prapai deitou ao seu lado com uma expressão atrevida, fazendo os seus olhos esbugalharem, então ele escapou para a beirada da cama enquanto sua boca falava em frustração:
— Não deite perto de mim, eu vou ter pesadelos.
— Dormir ao meu lado só te traria lindos sonhos.
Sky insistiu em dormir na beirada da cama. Ele pensou que nunca conseguiria dormir com alguém encarando-o assim, mas ele quase não estava consciente quando seus olhos se fecharam. Então ele conseguiu sentir que estava sendo puxado para um abraço e ouviu uma voz fraca:
— Bons sonhos.
Sky ficou preso em pesados por semanas. Mas quando um abraço caloroso envolveu o seu corpo e uma voz suave sussurrou nos seus ouvidos, ele dormiu pesadamente. Nenhum pesadelo estava assombrando-o. Ele até tentou manter o abraço caloroso sem perceber que era ele quem se aconchegava novamente nos mesmos braços.
Ele… se sente tão bem que não quer se afastar.
***
— Eu estou plenamente curado, você pode ir pra casa agora.
— Huh, você me usou até melhorar, então agora está me dispensando.
No quarto de Naphon, o jovem proprietário do quarto acordou de novo quando o sol estava prestes a se pôr. Ele se sentia muito mais confortável do que antes, mesmo com a sonolência por causa da febre, mas estava tudo melhorando.
Quando ele levantou, já não estava mais cambaleando, e também não desmaiou de novo, então está na hora de demitir o enfermeiro. Mas ele protestou.
— Ou você vai ficar no meu quarto para sempre? Ele perguntou cinicamente.
— Sim? Então irei pegar algumas coisas na minha casa.
Prapai aceitou com entusiasmo o xingamento nos olhos dele.
— Coitado de mim! Oh, Nong Sky, você pode não gostar disso, mas você não tem um coração mole? Nem que seja só um pouquinho? Eu cuidei de você a noite toda, te alimentei, te limpei e te levei ao banheiro. Eu fiz de tudo, mas quando você não precisa mais de mim, você me expulsa. Apesar de você ser cara de pau, seu coração pode ser frágil.
Se essa pessoa falasse com um pouco mais de tristeza no rosto, ele poderia ter se afetado… mas quando ele disse isso, ele estava prendendo o riso. Quem se abalria desse jeito?
Apesar de que todas as coisas boas que ele havia sussurrado para Sky serem verdade. Ele não é uma pessoa ingrata, mas o que a outra pessoa quer só não é o mesmo que ele quer.
— O que você quer? Ele não hesitou em perguntar.
Então um sorriso sem graça surgiu no seu lindo rosto.
— Nong Sky com certeza sabe o que eu quero.
A memória do primeiro acordo deles passou pela sua mente. Naquela época, ele perguntou a P’Pai que se ele quisesse a ajuda dele para sair da pista de corrida o que ele precissaria fazer? Então o cara alto falou aquelas coisas.
Os bons sentimentos que estavam florescendo foram atingidos por um ataque químico que os fez murchar instantaneamente. Seus olhos carinhosos ficaram duros novamente, enquanto o olhava com desprezo.
— Eu não quero.
Naquele momento Sky cedeu porque ele era um estranho, então ele pensou que seria apenas um caso de uma noite. Mas quando ele se aproximou achando que poderia conseguir mais do que isso, Sky recusou com relutância.
— Então você não sabe o que eu quero.
— Como é que eu não sei? Você só quer dormir comigo.
Sky não entendia o que fez Pai se atrair por ele. Mesmo olhando de relance, ele sabia que Pai é uma pessoa acostumada a transar. É uma imagem familiar para ele. Mas não deveria ser difícil encontrar um parceiro melhor, não é tão complicado encontrar alguém melhor do que aquele que continuava resistindo o tempo todo.
— Sim, eu queria dormir com você.
O sentimento bom agora desabou para abaixo de zero.
— Mas isso foi há algumas semanas.
O garoto continuou com a boca fechada, olhando para o homem mais velho que se levantou para pegar as roupas secas na varanda. Ele não entendeu o que Prapai quis dizer, mas também não perguntou. Ele se virou e viu quando Prapai tirou o uniforme de futebol e jogou no cesto de roupa suja, depois começou a vestir as roupas que havia acabado de tirar do varal sem ser impedido. Quando ele acabou, o garoto que estava transbordando de dúvidas parou na sua frente. Os olhos cor de mel encaravam-o abertamente.
Sem sinais de um olhar malandro ou atrevido, mas era estranho o suficiente que parecesse quase sério.
— Quando eu pedi seu número ao Rain, eu só pensei que queria dormir com você novamente. Mas agora eu mudei de ideia. Eu quero ser… sério.
— …
O ouvinte ainda mantinha a boca fechada.
— O que eu quero do N’Sky não é tão difícil. Só… me deixe flertar com você.
— O quê?
Os olhos de Sky se arregalaram em descrença. Então ele viu o sorriso aberto e os olhos afiados que pareciam confiantes, seguido da risada dele.
— Não bloqueie o meu número, atenda algumas chamadas, responda algumas mensagens, e não fuja de mim toda vez que você me vê, sabe. Isso não é tão difícil assim.
Ele estava surpreso por aquele cara malandro fazer um pedido assim, até que ele semicerrou os olhos, admitindo que estava em dúvidas. Se ele quer flertar, ele pode. Ele está certo de que ele tem poder o suficiente para isso. Mas isso é realmente o que ele quer?
— É isso o que eu quero.
Prapai confirmou suas dúvidas e saiu para pegar a pasta do notebook que ele levava para o trabalho, então se virou e sorriu.
O sol se pôs junto com a última luz do dia, aquecendo aquele rosto limpo e pontudo com um charme extraordinário. Seus olhos radiantes e seu sorriso brilhante cativaram Sky. E tudo que é exibido por pessoas como Prapai nunca é algo bom. O que o cara confiante diria?
— Sky, não fuja de mim. Eu tenho certeza de que sou bom o suficiente para você.
[Boom, boom! Boom, boom! Boom, boom!]
Exatamente nesse momento, seu coração bateu tão rápido que ele teve que se afastar dele.
— Hoje, porque Nong Sky que ainda está doente, estou disposto a parar por enquanto. Mas não pense que não ficarei mais agressivo num outro momento.
Prapai sorriu brilhantemente enquanto andava em direção a porta de entrada e a abriu, fazendo o paciente respirar fundo.
— Não importa o quão agressivo você seja, eu não me importo.
Mas o ouvinte sorriu novamente.
— Então vamos esperar para ver.
[Bang]
A porta foi fechada. Sky sentou-se na cama, não por causa de uma dor insuportável, mas pelos efeitos das batidas no seu coração que estavam mais fortes do que o normal.
De repente, ele pensou que ele deveria ser bom, até que balançou sua cabeça tentando afastar aqueles sentimentos da sua mente.
Como é possível uma pessoa que passou por coisas como aquela se tornar tão vulnerável em relação a alguém como ele?
Mas Sky não nega o fato de que está realmente em dívida com Prapai. Ele definitivamente retribuirá, mas não com o seu corpo.
O garoto balançou a cabeça novamente com força, culpando a febre pelos seus maus pensamentos. Se fosse em uma situação normal, ele nem hesitaria assim. Ele se levantou para organizar os seus pensamentos sobre o que ele precisaria fazer para esquecer aquele cara, o que fez sua cabeça doer todas as vezes que ele pensava nisso.
Ele tem uma avaliação para enviar, sem mencionar que amanhã é o último dia da orientação dos calouros. Então o garoto não hesitou em ligar para os seus amigos para perguntar sobre como as coisas estavam indo. Sky tem trabalhado duro por semanas apenas para o último dia da orientação dos calouros. Esse dia é considerado o maior evento do ano. A celebração começará de tarde e irá até a manhã seguinte. Eles estarão cansados e fatigados, mas essa é uma atividade para estimular todos os juniors a amarem e conhecerem o grupo.
Ele ficou tão impressionado no ano passado que pensou em fazer os seus calouros se sentirem da mesma forma. Mesmo que seu coração não pudesse falar para ele o quão cansado ele se sentia, Sky friccionou os dentes, desejando boas energias. Amanhã seria o dia de ver o resultado extraordinário de todos esses esforços. Felizmente a febre estava melhorando com o tempo. Ele não quer perder o dia de amanhã.
Sky: “Posso ajudar em alguma coisa?”
Sig: “Só descanse até se recuperar e venha amanhã. Vamos ficar juntos até o amanhecer.”
Sig respondeu-o calmamente. Rain, que malmente ajudou nas atividades, também foi ajudar a fazer as suas tarefas, muitos amigos também ajudaram em seu lugar, até não ter nada com o que se preocupar. Então quem foi que disse que a orientação não era algo importante? Tudo é significativo. Cabe a nós vê-la em uma diferente perspectiva. Sky não percebeu quanto tempo passou falando no telefone até ouvir alguém batendo na porta, então ele foi abri-la:
— Você esqueceu alguma coisa?
— Sim, eu esqueci.
A pessoa na frente da sua porta ainda era a mesma… o homem que exibia um saco plástico.
— Eu esqueci de comprar o jantar para a pessoa que está doente. Aqui está, você não precisa ir a nenhum lugar hoje. Só descanse até se recuperar. Disse o homem mais velho enquanto colocava o saco plástico na sua mão.
Sky não pôde deixar de fazer um olhar paranóico e afiado, sem saber de onde vinha isso tudo. Mas Prapai sorriu e disse simplesmente:
— Agora eu estou realmente indo pra casa.
Assim que ele terminou de falar, a pessoa que disse que estava indo embora, virou a cabeça em direção a escada, fazendo o garoto paranóico ponderar mais uma vez. Então ele chegou a uma conclusão:
“Sim, eu devo estar doente.”
[Segura]
— Hã?
[Beija]
— Eu não gosto de dever nada a ninguém. Obrigado pela comida. Sky ignorou o estado de choque do homem alto quando ele aproximou seu braço e conseguiu dar um beijo rápido na bochecha dele, murmurando ansiosamente. Então ele afastou a sua mão e voltou rapidamente para o seu quarto. A última coisa que ele viu foram os olhos esbugalhados de P’Pai.
[Bang]
A porta se fechou. As pernas do dono do quarto ficaram fracas, ele sentou teimosamente no chão. Sky continuou insistindo que ele só fez isso porque não gosta de dever nada a ninguém, além dele estar doente.
[Toc-toc, Toc-toc]
— Da próxima vez eu não te deixarei escapar. A pessoa que ficou parada na frente da porta disse antes que os sons dos seus passos pudessem ser ouvidos do corredor, deixando a pessoa que estava dentro do quarto levantar a mão para agarrar seu peito e murmurar suavemente:
— Você não vai me pegar a tempo.
De repente uma vozinha na sua cabeça perguntou:
“Você tem certeza?”
Dessa vez Sky não tinha tanta certeza assim.
***
Nota: Aphros é o tio de Pai e tem a sua própria novel “Love Director”, escrita pela Mame.